
Na manhã dessa quinta-feira (02), foi deflagrada a terceira fase da Operação Consórcio Fake mirando uma empresa de investimentos situada em Bairro de Fátima. A ação conjunta contou com a participação da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Vandinho Leite, além da Delegacia do Consumidor e o PROCON-ES. Três pessoas foram presas em flagrante.
Segundo o deputado Vandinho Leite, a Comissão recebeu denúncias e as encaminhou para a Polícia Civil que investigou o caso. Ao menos cinco pessoas relataram terem sido vítimas de um golpe ao tentarem adquirir bens.
“Essa empresa ludibriava os consumidores com anúncios e promessas de facilidades na aquisição de carros ou motos. Os clientes pagavam uma entrada na expectativa de receberem imediatamente os veículos, mediante um financiamento, mas, na verdade, estavam contratando um consórcio”, esclareceu Vandinho.
O parlamentar ainda ressaltou que há relatos de vítimas que tentaram reaver o montante pago e acabaram sofrendo agressões verbais e físicas. “Uma das vítimas nos procurou e relatou ter sido agredida com uma arma de choque por um dos funcionários. Essa arma, inclusive, foi encontrada pela Polícia Civil nas instalações da empresa”, acrescentou o deputado.
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No momento da ação, as equipes do Procon e da Polícia Civil encontraram uma vítima, que optou por não se identificar, e que tinha sido lesada em R$ 4 mil. “Eu peguei dinheiro emprestado com meu sogro para comprar um carro em 16 de abril; a promessa era de que receberia o veículo no mesmo dia, o que nunca aconteceu. Foi então que percebi que havia caído em um golpe”, relatou.
Brunelle Celestino é mais uma vítima dos criminosos. Após dar entrada no suposto financiamento, não receber e requerer seus direitos, acabou agredida com uma arma de choque e chutes. “Eu fui até a empresa exigir meu dinheiro de volta e acabei sendo recebida a chutes. Eles me agrediram e agrediram também a minha avó. Os funcionários usaram uma arma choque na minha barriga. Fiquei machucada, com dor… foi uma situação horrível”, contou.
Os envolvidos foram indiciados por crimes contra a relação de consumo, associação criminosa, estelionato e lesão corporal. A empresa foi interditada e será multada no valor de até R$ 3 milhões. Já os detidos serão encaminhados ao Centro de Triagem de Viana.
Operação Consórcio Fake
Esta não é a primeira investida contra esquemas fraudulentos de consórcio. A primeira fase da Operação Consórcio Fake foi deflagrada em julho de 2023, resultando na interdição de duas empresas de consórcio em Vila Velha e Vitória, bem como na prisão em flagrante de quatro indivíduos por indução ao erro do consumidor, tentativa de estelionato e associação criminosa. Além disso, outras 41 pessoas foram autuadas em flagrante por propaganda enganosa. Em agosto, três empresas adicionais foram interditadas e outras quatro pessoas acabaram detidas.

