Coruja ferida é resgatada dentro de condomínio de luxo da Serra

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coruja

Uma coruja-buraqueira (Athene cunicularia) foi resgatada no final da tarde da última segunda-feira (5) no condomínio de luxo Alphaville Jacuhy, na Serra, após ser encontrada bastante ferida por moradores da região. Sensibilizados com a situação da ave, os moradores recolheram o animal e acionaram a Secretaria de Meio Ambiente por meio do aplicativo Colab, ferramenta oficial da Prefeitura da Serra para atendimento de demandas da população.

De acordo com o auditor fiscal ambiental Ronaldo Freire, a equipe técnica prontamente atendeu ao chamado. “Ela estava muito debilitada. Levamos imediatamente para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-IBAMA), onde há estrutura com veterinários e tratadores especializados”, explicou.

Conheça a coruja-buraqueira

De nome científico Athene cunicularia — cunicularia significa “pequeno mineiro”, em referência ao hábito de cavar tocas no solo — a coruja-buraqueira é comum em diversas regiões do Brasil, inclusive no litoral capixaba. Vive em campos, pastos, restingas, praias, planícies, aeroportos e até terrenos baldios de áreas urbanas.

De acordo com o biólogo Cláudio Santiago, apesar de ser tímida, essa espécie é relativamente tolerante à presença humana e costuma ser vista em locais abertos, pousada no chão, troncos, muros e até postes. É uma das poucas corujas com hábitos diurnos e noturnos, sendo mais ativa no entardecer. Sua excelente visão binocular e a audição apurada permitem que ela cace com precisão, mesmo no escuro.

Importância ecológica e ameaças

A coruja-buraqueira é uma importante aliada no controle de pragas urbanas, como ratos e baratas. No entanto, sofre com a destruição do habitat natural causada pela expansão urbana e o tráfego em praias e áreas de vegetação. 

Cláudio disse ao TN, que, a espécie não possui predadores naturais diretos, sendo o ser humano a principal ameaça — seja pela destruição de ninhos ou pela perturbação de áreas de reprodução.

Regras de convivência e curiosidades

Apesar de parecer tranquila, quando está em fase reprodutiva ou protegendo ninhos, a coruja pode se tornar agressiva, dando rasantes em quem se aproxima. Por isso, especialistas recomendam a observação respeitosa e sem tentativas de contato físico ou alimentação.

Veja outras curiosidades:

  • Pode viver até 9 anos em ambiente natural.
  • A reprodução ocorre entre março e abril, com postura de 7 a 9 ovos.
  • A fêmea cuida da incubação (28 a 30 dias), enquanto o macho protege e alimenta a família.
  • Consegue girar a cabeça em até 270° para compensar o campo visual limitado.
  • Cava seus próprios buracos, mas também utiliza tocas abandonadas por tatus e outros animais.

A coruja resgatada será tratada no CETAS e, quando estiver recuperada, será reintegrada à natureza. A orientação da Secretaria de Meio Ambiente é que, ao encontrar animais silvestres feridos, a população acione os canais oficiais da Prefeitura da Serra, como o app Colab.

Serviço:

Fiscalização Ambiental da Serra

  • Telefone: 99951-2321/ 0800 283 9780
  • E-mail: dfa.semma@serra.es.gov.br

Cetas – Centro de Triagem de Animais

  • Telefone: 27 3241-8374

Foto de Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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