
Proprietários de animais que vivem em áreas tropicais, como é o caso do Espírito Santo, precisam ficar atentos. Isto porque, um fungo tem aparecido em alguns bairros da Serra. Trata-se do Sporothrix brasiliensis, principal causador da esporotricose no país e encontrado em abundância em troncos de árvores e no solo. E segundo veterinários que atendem na cidade, muitos casos têm sido registrados.
Por isso os donos devem redobrar a atenção. A esporotricose é conhecida também como doença dos jardineiros, já que este tipo de profissional mexe muito com a terra. A Prefeitura da Serra é a única da Grande Vitória que oferece o tratamento/medicação para animais infectados. O exame que identifica o fundo deve ser feito pelo proprietário do animal em clínicas particulares.
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O fungo costuma atacar especialmente os gatos que tem acesso a rua para dar passeios ao ar livre. E, ao serem infectados durante escapadas de casa, eles mesmos se tornam vetores dessa zoonose para seus tutores e outros animais. Cães também podem ser atingidos, assim como animais silvestres.
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O TEMPO NOVO entrou em contato com algumas clínicas veterinárias particulares da cidade, que disseram já ter atendido animais infectados com o fungo. Há registro de casos, tanto em gatos, como em cães.
Os bairros que tiveram animais atendidos pelas clínicas são Jacaraípe, Porto Canoa, Cidade Continental, Manguinhos, Mata da Serra, Laranjeiras, São Diogo e Jardim Limoeiro. Tem ainda animais que vieram de Vila Velha e Cariacica.
O principal sintoma da doença são feridas na pele do bicho, principalmente no focinho, que podem apresentar uma secreção purulenta, além de queda de pelos, falta de apetite e vômitos.
A esporotricose afeta diversos animais, incluindo cães, cavalos, porcos e até espécies silvestres. Não se sabe por que os gatos são os mais atingidos — estima-se uma proporção de um cão para 25 felinos, segundo estudos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fiocruz.
Para proteger os felinos, recomenda-se não deixar os animais terem acesso a rua e também a castração precoce, uma vez que a medida reduz o ímpeto do animal de sair dando voltas por aí.
Prefeitura da Serra oferece medicação para gatos infectados
O TEMPO NOVO procurou a Prefeitura da Serra para saber se o município tem alguma medida para conter a doença que é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para humanos.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde da Serra (Sesa) informou que não realiza diagnóstico da Esporotricose. Mas oferece o tratamento para animais que tem dono.
Para ter acesso a medicação que trata o animal, o tutor deve apresentar o resultado positivo do exame que pode ser feito em clínicas particulares da cidade.
O tutor deve entrar em contato com a Vigilância Ambiental em Saúde (VAS/PMS), por meio do telefone 3281-9288, das 8 às 17 horas, de segunda a sexta-feira, para a realização da triagem. A Sesa Informou ainda que o medicamento será entregue na residência cadastrada, onde serão avaliadas as condições de isolamento do animal e os cuidados de limpeza e higiene.
De acordo com informações do médico veterinário, Dr. Celso Christo Coutinho da Silva, responsável pelo programa de esporotricose, atualmente na VAS/PMS estão sendo tratados 37 animais (gatos) com confirmação da doença esporotricose.
Como é o tratamento da Esporotricose?
De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento dever ser realizado após a avaliação clínica, com orientação e acompanhamento médico. A duração do tratamento pode variar de três a seis meses, ou mesmo um ano, até a cura do indivíduo. Os antifúngicos utilizados para o tratamento da esporotricose humana são o Itraconazol, o Iodeto de Potássio, a Terbinafina e o Complexo Lipídico de Anfotericina B, para as formas graves, disseminadas.
O Sistema Único de Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, oferece gratuitamente para humanos, o Itraconazol e o Complexo Lipídico de Anfotericina B para o tratamento da Esporotricose humana.
O Itraconazol é vendido em farmácia humana em cápsulas e cada caixa com 4 comprimidos custa em média R$ 27.49 uma caixa com 4 comprimidos. Por mês, o tratamento que é diário, ficaria para o tutor do animal R$ 219.92 (8 caixas). Em seis meses de tratamento, o valor sobe para R$ 1.319,52.

