Por Yuri Scardini
Com o fim do prazo da Justiça Eleitoral para envio das chapas que vão disputar a eleição tivemos algumas surpresas, mas, manteve-se o favoritismo de Renato Casagrande (PSB) para governador. Na prática, Casagrande parte para a disputa com um leque de 18 partidos, recursos do fundo partidário, amplo tempo de TV e um recall imenso potencializado pelo antagonismo do impopular governo de Paulo Hartung (MDB).
Junto com Casagrande, soma-se mais 5 candidaturas. Entre as surpresas estão o projeto solo do isolado e acuado PT. E a troca do PSL, que foi do coronel Foresti para o deputado Carlos Manato.
No caso de Manato, que apesar de ter muito tempo de política, nunca foi um dirigente partidário habilidoso e com cases de sucesso, além do seu próprio. Ele se propôs a ser o articulador de Bolsonaro no ES e mesmo com o grande eleitorado bolsonarista capixaba, Manato não conseguiu montar um partido competitivo, que nem mesmo coeficiente eleitoral poderia alcançar. Vendo isso, os sabidos Magno Malta (PR) e Amaro Neto (PRB) pularam de última hora para o barquinho de Manato e assumiram o controle do manche. Sem espaço numa chapa de federal com Amaro Neto e Lauriete Rodrigues (esposa de Magno) Manato foi obrigado a virar candidato a governador.
A maior surpresa (para a Serra pelo menos) que esteve a um fio de acontecer, andou pra trás no finalzinho do prazo. Casagrande esteve muito perto de operar um milagre e colocar no mesmo palanque o prefeito Audifax Barcelos (Rede), Sérgio Vidigal (PDT), Bruno Lamas (PSB) e Vandinho Leite (PSDB). Segundo relatos, Audifax e Casagrande mantiveram contato intenso durante toda a segunda e havia um consentimento de trazer a Rede pela sedutora chapa de deputado estadual e federal do partido, que tem bons votos, mas nenhum nome de peso. Chegaram a simular coligação com vários partidos do leque de Casagrande e até mesmo Vidigal teria dado o ‘aval’.
Mas Casagrande não conseguiu contemplar a candidatura de Fabiano Contarato para Senado, coisa que a Rede Nacional já dava como certa. E ao mesmo tempo Rose conseguiu acomodar a Rede nas chapas propostas, e por fim o tempo se encerrou. Findo os arranjos partidários, restou a todos uma só coisa: focar no eleitor, pedir votos e gastar sola de sapatos, com estratégia que melhor compreenda o contexto histórico que o Brasil e o ES vivem.