
A polêmica envolvendo os bebês reborn — bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos — chegou à Serra nesta semana e gerou uma dúvida curiosa: será que esses bonecos já foram levados para atendimento médico nas unidades de saúde do município?
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há qualquer registro oficial de tentativa de atendimento a bebês reborn nas UPAs ou postos da cidade. A informação foi confirmada ao Jornal Tempo Novo na tarde desta quarta-feira (21).
A discussão ganhou força após a apresentação de um projeto de lei na Câmara Municipal que tenta proibir esse tipo de atendimento nas redes pública e privada da cidade. A proposta reacendeu o debate sobre os limites do uso dessas réplicas hiper-realistas em ambientes destinados ao cuidado humano.
Casos reais em outras cidades
Apesar de não haver ocorrências na Serra, casos semelhantes já foram registrados em outros estados. No último domingo (18), uma jovem de 25 anos levou um bebê reborn a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Guanambi, na Bahia, dizendo que o boneco estava com “muita dor”. Ela chegou a pedir um carro de aplicativo e solicitou que o motorista fosse rápido, pois seu “filho” precisava de socorro imediato.
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Ao chegar na unidade, foi reconhecida por uma conhecida da família, que percebeu se tratar de um boneco e a orientou a voltar para casa. O caso foi confirmado pela prefeitura local e virou assunto nas redes sociais.
Em Minas Gerais, uma adolescente viralizou no TikTok após simular o atendimento de um bebê reborn em um hospital. Já houve até disputa judicial pela “guarda” de um boneco entre um casal após o fim do relacionamento.
Projeto quer proibir atendimento médico para bebês reborn na Serra

Na Serra, o vereador Agente Dias apresentou um projeto de lei que visa proibir atendimentos médicos, acolhimento ou qualquer tipo de dramatização envolvendo bebês reborn nas unidades de saúde. A proposta prevê punições, como multa de até R$ 15 mil em caso de reincidência, e alerta para o risco de desperdício de recursos públicos.
A informação já havia sido noticiada pelo Tempo Novo na segunda-feira (19).
O parlamentar argumenta que, diante da superlotação, falta de médicos e escassez de insumos, não se pode tolerar o uso da estrutura pública para demandas fantasiosas, ainda que simbólicas ou emocionais.
O projeto segue em tramitação na Câmara e, se aprovado, será encaminhado ao prefeito Weverson Meireles (PDT) para sanção ou veto.
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A febre dos bebês reborn

Criados originalmente como peças de arte e usados em terapias para luto e ansiedade, os bebês reborn ganharam espaço nas redes sociais. Vídeos mostram donos simulando partos, passeios, mamadeiras e rotinas completas com os bonecos, que muitas vezes se tornam protagonistas de histórias emocionais e até polêmicas.
Com o aumento da popularidade, também cresceram os relatos de tentativas de obter benefícios voltados a pais com crianças de colo, como prioridade em filas e transporte, utilizando os reborns — o que já motivou projetos de lei em diversos estados do país.