Mesmo tendo alcançado um bom resultado nas eleições de 2018, a Rede Sustentabilidade caminha para o esvaziamento no Espírito Santo. Parte da militância aguarda a confirmação da fusão com PPS e PV para buscar outros partidos. Mas alguns não admitem a saída, preferindo aguardar os acontecimentos marcados para o Congresso que acontecerá em 30 e 31 de março, em Brasília.
É o caso do deputado estadual eleito Alexandre Xambinho. Ele afirma que vai aguardar o resultado do Congresso. “Estou aguardando o posicionamento da nacional do partido. E lá em março vamos discutir essa situação”, revelou.
Já o também deputado estadual Marcos Bruno adianta que vai deixar a legenda. Em conversa com a reportagem, o parlamentar admitiu que, em função de questões políticas envolvendo um desafeto filiado ao PPS, o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia, deve deixar a sigla, caso a fusão seja confirmada.
“Sobre a fusão, entendo, respeito e até vejo como necessária para o partido, visto que não alcançou a cláusula de barreira. Claro, se eu pudesse decidir, sugeriria que esperasse mais, até as eleições de 2020, mas entendo e respeito a colocação da necessidade de que ocorra uma fusão. Entretanto a política tem algumas peculiaridades, entre elas as questões regionais. Particularmente, aqui [Cariacica], tenho me colocado em uma condição de oposição à gestão atual, por discordar da forma como a atual gestão vem administrando a cidade e é uma gestão do PPS. Então, particularmente, ainda que tenha respeito ao prefeito da Serra, Audifax Barcelos, que é do meu partido, a tendência é de que eu passe a discutir e conversar com outros partidos, uma vez que seja tomada essa decisão referente à fusão com o PPS”, disse o deputado.
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O vereador Rodrigo Caldeira, que preside a Câmara da Serra, diz que tem buscado, juntamente com o prefeito, dialogar com outras legendas. Mas que ainda aguardará a deliberação do Congresso.
Tenho conversado com prefeito, a fim de ver a situação do partido, e sobre algumas legendas partidárias para ver qual o melhor rumo vamos seguir”, adiantou.
O porta-voz da Rede no Estado, André Toscano, questionado sobre a permanência, disse que “vai depender de como irá ficar a questão da fusão. A RedeES tem um senador, prefeito da maior cidade, deputado estadual, 12 vereadores. Estamos discutindo com as bases e com a nacional do partido para construir o melhor caminho”.
A porta-voz nacional, Laís Garcia, disse que a militância estuda o melhor caminho para a Rede, por meio de grupos de trabalho. “Vamos seguir juntos, seja qual for a decisão. O Espírito Santo vai caminhar junto. No Espírito Santo temos o prefeito da maior cidade do Estado, um prefeito do PPS na Capital, temos um senador eleito pelo PPS e um eleito pela Rede. Aqui a composição de sentar e conversar para ver os próximos passos”, refletiu Laís.
O ex-deputado estadual Roberto Carlos avalia que a possibilidade maior de fusão é com o PPS. “Vim para a Rede dentro de uma análise do programa e da postura da Rede. Se realmente houver a fusão com o PPS aí realmente eu vou ter que avaliar para saber se eu vou caminhar junto, caso exista essa fusão. Mas se houver a fusão com o PPS vou fazer uma reavaliação se eu continuo ou não filiado ao movimento da Rede”, analisou.
O vereador Guto Lorenzoni foi procurado, mas não retornou ao contato da reportagem, assim como Gustavo De Biase, outra liderança da Rede.
Após o fraco desempenho nas urnas durante as eleições de 2018, a Rede busca sobreviver por meio da fusão com outras siglas. Isso porque sem ultrapassar a cláusula de barreira o partido perde o fundo partidário e tempo de TV.