A política na Serra está fervendo com a movimentação de vereadores em torno do pedido de afastamento do presidente da Câmara, Saulinho da Academia (PDT), e de outros três parlamentares.
A situação ganhou força na semana passada, quando o Ministério Público solicitou o afastamento de Saulinho, Teilton Valim, Wellington Alemão e Cleber Serrinha, todos investigados por suspeitas de irregularidades.
Nos bastidores, já se articulam nomes para ocupar os espaços e promover uma nova eleição da Mesa Diretora. Segundo apuração da coluna, o movimento é conduzido pelo vereador Rodrigo Caldeira (Republicanos) entre outros. A articulação ocorre mesmo sem uma definição da Justiça sobre o pedido do Ministério Público.
Ao que tudo indica, caso haja uma eleição interna em decorrência de um eventual afastamento de Saulinho, ela acontecerá sem alinhamento político com o Executivo, comandado pelo prefeito Weverson Meireles (MDB), e tampouco com o próprio partido de Saulinho, o PDT, liderado no Estado pelo ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal.
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O cenário remete à crise de 2019, quando a Justiça afastou a então presidente Neidia Maura e, em uma eleição relâmpago, Rodrigo Caldeira foi escolhido para o cargo. A ofensiva, conduzida sem diálogo com o então prefeito Audifax Barcelos, desencadeou um dos períodos mais turbulentos da relação entre Legislativo e Executivo, marcado por acusações de crime organizado e pela paralisação de projetos de interesse da cidade.
Denúncia do Ministério Público contra vereadores da Serra
Conforme informado pelo Portal Tempo Novo, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) protocolou na 2ª Vara Criminal da Serra, na última quarta-feira (13), um pedido de medida cautelar para suspender imediatamente o exercício do mandato de quatro vereadores do município. A promotoria acusa os parlamentares de corrupção passiva e sustenta que há risco concreto de que eles voltem a cometer crimes semelhantes caso permaneçam nos cargos.
Os alvos da ação são:
- Cleber Lima Pereira, conhecido como “Cleber Serrinha” (MDB);
- Saulo Mariano Rodrigues Neves Júnior, o “Saulinho da Academia” e atual presidente da Câmara da Serra (PDT);
- Valteilton de Freitas Valim, o “Teilton” (PDT);
- Wellington Batista Guizolfe, o “Wellington Alemão” (Rede).
Além deles, a denúncia criminal também inclui Luiz Carlos Moreira, médico, e Aloisio Ferreira Santana, acusados de corrupção ativa, apontados pelo MPES como supostos responsáveis por oferecer ou prometer vantagens indevidas para influenciar uma votação.

