Vereadora da Serra se compara a Marília Mendonça ao se defender de ausência em votação polêmica

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Vereadora Raphaela Morais contraiu a ira de colegas parlamentares. Foto: divulgação.
Vereadora Raphaela Morais contraiu a ira de colegas parlamentares. Foto: divulgação.

Após sofrer críticas por supostamente “fugir” da polêmica votação do projeto que concedeu 200 litros de gasolina por mês para parlamentares da Serra, a vereadora Raphaela Moraes (Rede) usou a sessão da última quarta-feira (10) para se defender das acusações. Em certo momento, Raphaela se disse vítima por ser mulher e chegou a se comparar com Marília Mendonça, uma das maiores cantoras do meio sertanejo, que morreu em um acidente aéreo há uma semana.

A vereadora afirma que precisou se ausentar da votação do Projeto de Lei realizada na semana passada, devido a uma revisão médica, o que chamou a atenção dos colegas, pelo horário. Anteriormente, segundo outros vereadores, Raphaela afirmou que iria votar a favor da concessão de gasolina aos parlamentares e, por isso, teria sido alvo de críticas na internet, o que supostamente teria sido o motivo para não participar da votação.

Disse Raphaela. “Me refiro à Marilia Mendonça porque [o jornal] Folha de São Paulo publicou matéria criticando a Marília. Onde está o respeito? E quando me refiro a respeito, me refiro à última sessão da qual me ausentei. Seis vereadores se ausentaram desse plenário, a única atacada foi uma mulher, e a única a [me] defender foi uma mulher. Até quando sofreremos por sermos mulher?”, questionou.

Na sessão desta quarta-feira (10), Raphaela falou para cinco vereadores e a Mesa Diretora. Os outros se ausentaram em sinal de protesto. Nos bastidores, os vereadores explicam as razoes do boicote.

“Raphaela garantiu que iria votar a favor do projeto que regulamenta carros oficiais na Câmara. E no dia de votação ela saiu do plenário e não teve coragem de votar. E ainda tentou justificar dizendo que saiu para ir ao médico”, disse um.

“Ela deu a palavra, defendeu o projeto nas redes sociais, depois ficou com medo porque teve reação negativa da população. Poderia ter ficado em plenário, mas fugiu”, alegou outro.

Entenda a polêmica:  

Em uma sessão recheada de ataques à imprensa e discursos ultramoralistas, os vereadores da Serra aprovaram, durante a sessão do dia 3 de novembro, o Projeto de Resolução 12/2021 que, na prática, cria o auxílio-gasolina de 200 litros por mês para cada parlamentar. Dos 23 vereadores, 16 votaram ‘sim’, entretanto, todos passarão a ter o benefício. Os detalhes do projeto foram expostos pelo Jornal Tempo Novo na quinta-feira  (28) e geraram forte rejeição nas redes sociais.

Sobre isso, o vereador Anderson Muniz (Podemos) discursou. “Acho estranho, dentro de uma democracia, quando temos parlamentares, dentro da Casa se escondendo para não votar; acho estranho dentro de uma democracia quando esses parlamentares fogem do voto porque não sabem se justificar; ficam presos em salas em anexo com medo de representar a população no voto. Renunciem ao mandato, mas não fiquem em sala anexa fugindo do voto. Vi aqui uma vereadora que foi para uma rede social, que defendeu, e a vereadora fugiu para não votar. É literalmente uma vergonha”, cutucou.

Professor Rurdiney (PSB) asseverou. “Fico muito triste quando alguns colegas se furtam ao direito de votar e de defender aquilo que acreditam ser a verdade. Se é contra o projeto, vote não e defenda. Mas se é sim, vote sim e defenda”.

Elcimara Rangel saiu em defesa da colega. “Estou falando, autorizada pela colega Raphaela Moraes. Ela fez uma cirurgia há 15 dias, é favorável ao projeto. Está fazendo uma revisão e vai trazer o atestado na próxima sessão”, disse, sob risos dos colegas.

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Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 21 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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