Além do supercalor, do pó preto e outras fontes de poluição, o morador da Grande Vitória está sofrendo com outra vizinha indesejada: a fumaça do incêndio na turfa do entorno do Mestre Álvaro.
O Corpo de Bombeiros confirmou na manhã desta terça feira (26) que a fumaça sentida em vários bairros da Serra e também de outros municípios da Grande Vitória é de incêndio na turfa. O fogo teria começado na região de Cantinho do Céu, que é vizinho a Jardim Tropical, na Serra.
Assessoria de imprensa da corporação disse que os Bombeiros estiveram no local às 7h. “Houve um princípio de incêndio, porém controlado pela guarnição da Corporação, que ainda realiza os trabalhos de checagem no local”, disse a assessoria por volta das 11h.
O incêndio na turfa é difícil de combater. O solo de turfa é formado por vegetação em decomposição e normalmente fica molhado por se tratar de área brejosa. Mas com a falta de chuva resseca e fica sujeito à combustão, que no caso do entorno do Mestre Álvaro é deflagrada após incêndios, intencionais ou não, na vegetação da superfície ou mesmo em resíduos sólidos descartados de forma irregular.
A combustão na turfa ocorre debaixo da terra e emite muito enxofre, o que agrava problemas respiratórios da população. Os incêndios na turfa viraram problema de saúde pública durante a superseca que atingiu o ES entre 2015 e 2016.
No período, houve incêndio que demorou até três meses para ser extinto, sendo preciso abertura de canais de esgoto para inundação da baixada no entorno do Mestre Álvaro, aplicação de água de reúso (de estação de tratamento de esgoto da Cesan) e ajuda da chuva, em operação complexa que envolveu Bombeiros, Defesa Civil e até empresas privadas.
Durante os longos incêndios houve aumento da incidência de doenças respiratórias na população do entorno.