Traficante Toninho Pavão é preso enquanto trabalhava na ArcelorMittal

José Antônio Marim Nogueira, o "Toninho Pavão", é um dos criminosos mais conhecidos do Espírito Santo.
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Serra Toninho Pavão ArcelorMittal
O traficante Toninho Pavão foi preso dentro da ArcelorMittal, na Serra. Crédito: Divulgação

Um dos criminosos mais conhecidos do Espírito Santo, José Antônio Marim Nogueira, o “Toninho Pavão”, foi recapturado na manhã desta quinta-feira (31) enquanto trabalhava na ArcelorMittal, na Serra. Ele estava foragido da Justiça desde o início do ano e foi detido por agentes da Polícia Penal do Espírito Santo.

A prisão aconteceu durante uma operação da Divisão de Inteligência da Polícia Penal, com apoio da Subsecretaria de Inteligência Prisional (SIP). A corporação informou, por meio de nota enviada ao Portal Tempo Novo, que Pavão não ofereceu resistência no momento da abordagem.

Toninho Pavão havia sido preso anteriormente em outubro de 2024, durante uma ação da Polícia Federal. Na época, era investigado por envolvimento com o tráfico de drogas ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi detido dentro de um hospital, onde passava por exames pré-operatórios, e levado para a Penitenciária de Segurança Máxima 2, no Complexo de Viana.

Dois meses após sua prisão, em dezembro, Pavão recebeu autorização judicial para viajar a Minas Gerais sob a justificativa de resolver questões familiares, com o compromisso de retornar ao presídio até o dia 23 de janeiro.

No entanto, ele não voltou, tornando-se oficialmente foragido. Um dos mandados de prisão que pesava contra ele havia sido expedido ainda em dezembro, antes mesmo da viagem.

Histórico de crimes de Toninho Pavão

Toninho Pavão já figurou entre os criminosos mais temidos do Espírito Santo. Segundo as investigações, ele teria atuado como membro do chamado “Tribunal do Crime”, estrutura ligada à facção Comando Vermelho.

Além disso, é acusado de liderar o tráfico de drogas tanto no Espírito Santo quanto em Minas Gerais. Em sua ficha criminal, consta ainda a suspeita de ter desembolsado R$ 100 mil para facilitar uma fuga de presídio. Ele também foi apontado como articulador de diversas rebeliões ocorridas em unidades prisionais capixabas.

Em 2006, Pavão foi denunciado por ordenar, de dentro da prisão, a execução de um casal: Antônio Marcos da Costa Gama, de 46 anos, e Francisca Eliene Fernandes Leite, de 37. A Polícia Federal interceptou ligações telefônicas que flagraram o momento exato do crime, marcado por aproximadamente 25 disparos de arma de fogo.

O que diz a ArcelorMittal?

A reportagem procurou a ArcelorMittal para comentar o fato de um foragido da Justiça, acusado de tráfico, estar trabalhando em uma de suas unidades. Por meio da assessora Rosane de Freitas, a empresa informou que não irá se manifestar sobre o caso. A assessora ainda orientou que eventuais esclarecimentos sejam buscados junto à Polícia Civil.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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