Surto de gripe no ES: moradores de outras cidades causam superlotação nas Upas da Serra, diz Prefeitura

Compartilhe:
Foto: Everton Nunes
O número é 60% maior do o registrado em semanas anteriores, o que indica um alastramento do vírus da Influenza em bairros do município. Foto: Everton Nunes

O surto de gripe que atinge diversas cidades do Espírito Santo tem sobrecarregado o sistema de saúde da Serra. Em apenas nove dias, duas Unidades de Pronto Atendimento (Upas) da cidade realizaram 10.500 atendimentos, sendo 2.637 somente de síndrome gripal. O número é 60% maior do o registrado em semanas anteriores, o que indica um alastramento do vírus da Influenza em bairros do município.

A Secretaria de Saúde da Serra confirmou que constatou um considerável aumento dos números de atendimentos a pacientes com síndrome gripal, tanto em Unidades de Pronto-Atendimentos (UPAs) quanto em prontos-socorros particulares.

A Upa de Castelândia, em Jacaraípe, é a que mais fez atendimentos entre os dias seis e 14 de dezembro; foram 5.596 pacientes, sendo 2.637 com sintomas de gripe. Desse total, 920 pessoas são de fora da Serra, ou seja, não residem na cidade. Em Carapina, foram 4.928 atendimentos, sendo 360 de outros municípios.

De acordo com a Prefeitura da Serra, o fato foi imediatamente comunicado ao Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (Cievs/Serra) que obteve, via Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES), a constatação do aumento de resultados positivos para Influenza A, através de testes swabs (cotonete longo).

A situação preocupa o Município, já que em outros estados brasileiros como, por exemplo, no Rio de Janeiro, foi confirmada uma epidemia de gripe. Em Salvador, a Secretaria de Saúde afirmou que está acontecendo um surto e pediu reforço da população no uso de máscaras também contra a Influenza.

Em nota enviada, a Saúde da Serra salientou que o município está com uma baixa taxa de imunização contra o vírus da gripe, que é de 90%, conforme preconizada pelo Ministério da Saúde. Hoje, a cobertura vacinal de Influenza no município é de 71% para os grupos-meta que são: idosos, gestantes, lactantes, crianças, professores e trabalhadores da Saúde.

O Município também informou que para fortalecer os plantões, em 4 de dezembro, autorizou a contratação de mais médicos para as três Unidades de Pronto-Atendimentos (UPAs) – Carapina, Castelândia e Serra Sede. “Em paralelo, visando ampliar a oferta de atendimento à saúde das famílias serranas, a Prefeitura da Serra reforçou seu elenco de médicos, com a contratação de 36 novos profissionais, entre generalistas, ginecologistas e pediatras”, diz o texto da nota.

Ainda de acordo com a Prefeitura da Serra, outras medidas emergenciais estão sendo adotadas, tais como: imunização imediata dos profissionais de saúde ainda não vacinados em 2021; alerta aos profissionais médicos e equipes de enfermagem, no momento de solicitar os swabs nasais; pedir pesquisa para coronavírus e para vírus respiratórios; em caso de aumento de profissionais com síndrome gripal, comunicar imediatamente ao Cievs/ Serra.

O Município ainda não informou quantos casos de gripe já foram confirmados este ano na Serra.

O Governo do Estado emitiu um comunicado de risco na última terça-feira (14) pedindo aos municípios que realizam ações extramuros contra a Covid-19 em shopping centers, praças, unidades móveis ou comércios, que também ofertem a vacina contra a gripe concomitante. Outra ação importante que os municípios têm realizado é a busca ativa dentro do próprio território por pessoas dos grupos prioritários (crianças de seis meses a menores de seis anos; gestantes; puérperas; idosos e; trabalhadores da saúde) ainda não imunizados contra a Influenza.

Estado emite alerta de surto

No comunicado o Estado alerta para o aumento do número de casos de Influenza, em observação à maior procura de serviços de saúde pela população, bem como da demanda de exames de pesquisa de vírus respiratórios recebidos pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo.

Cabe ressaltar que a cobertura vacinal contra Influenza no grupo de maior risco (idosos) está abaixo do esperado, com apenas 75% dos idosos vacinados, sendo a meta 90%, o que pode gerar aumento do número de casos graves da doença, incluindo internações e óbitos. Ainda não há registro de aumento de internação pela doença e nem de óbitos. Porém, a Secretaria de Estado da Saúde, sugere que a população mantenha hábitos que previnem infecções respiratórias, como:

  • Lavar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento;
  • Uso correto de máscara facial;
  • Se vacinar contra a Covid-19 e contra a Influenza;
  • Usar lenço descartável para higiene nasal;
  • Procurar atendimento médico em caso de sintomas gripais;
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • Manter os ambientes bem ventilados;
  • Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;
  • Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados;
  • Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

A Síndrome Aguda Respiratória Grave é resultado da evolução do quadro de gripe, que é provocada por vírus. Dentre eles, Influenza A (H1N1 e H3N3) e o Influenza B. Ambos, inclusive, são cobertos pela vacina que está sendo distribuída para grupos de risco pelo SUS.

Segundo o infectologista Alexandre Rodrigues, os sintomas da doença provocada por estes três vírus são os mesmos. “O que muda é que a forma de classificação e os três podem evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave. O Influenza ganhou mais espaço porque não circulava até 2009, mas como é um vírus de circulação mundial, entrou no quadro de vacinas e sempre há risco de se proliferar, pois os vírus respiratórios são de fácil contaminação”, explica.

O médico diz que a prevenção está na vacina, higiene das mãos e evitar colocar a mão na boca, olhos e nariz; e que se deve procurar ajuda médica quando há piora na respiração ou febre persistente por mais de três dias. “Pacientes que já sofrem de doenças respiratórias, crianças e idosos devem ter atenção especial”, alerta.

Quer receber notícias diretamente no seu email? Preencha abaixo!

Sua inscrição não pôde ser concluída. Tente novamente.
Enviamos um e-mail para você. Se não aparecer na caixa de entrada, dá uma olhadinha no spam.

Notícias da Serra/ES no seu email

Resumo diário, gratuito e direto no seu e-mail:

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

Leia também