Por Clarice Nascimento
Já procurou ou conhece alguém que tenha buscado alternativa “mística” para resolver um problema? Há muita gente que apela ao “desconhecido” para resolver casos que parecem não ter solução. É o caso das simpatias e das promessas, que fazem parte do imaginário popular transmitido a cada geração.
Idalina Bonelli, de Laranjeiras, é de formação católica e aprendeu com o pai e em um programa de rádio receitas de simpatias. “Meu pai fez uma simpatia que curou minha sobrinha da bronquite. Ele pegou o resto da mamadeira da criança, deixou azedar e deu pra ela tomar de novo. Eu ainda faço algumas simpatias que aprendi com ele, outras que aprendi no programa antigo do Jairo Maia. Na minha carteira, por exemplo, sempre tem umas folhas de louro e sete sementes de romã e de uva que chupo no réveillon para ter dinheiro o ano todo. E funciona”, garante.
Outra que também mantém a prática é Marinete Lucas, de Laranjeiras. “Uso sementes de romã e uva na carteira para nunca ficar sem grana. Tomo chá de orégano para pedra na vesícula e reduzir pressão. Mas teve uma que meu marido ouviu na barbearia que é batata para baixar o colesterol. Você tira a água de um coco seco, urina dentro dele e enterra. Ele fez e ainda passou para minha irmã. Os dois melhoraram”, afirma.
Apesar de nunca ter recorrido às práticas, Jhonatan Ceruti, de Barcelona, já conviveu com elas. “Meu tio era epilético na infância. Minha avó ficou cinco anos sem cortar o cabelo dele e ele melhorou”, narra.
Para a psicóloga Sara Bruno, de Laranjeiras, a eficiência das superstições não tem embasamento científico. “O que acontece é que um comportamento qualquer coincide com uma resposta acidental, levando os supersticiosos a crerem nessa relação. Há que se pensar nas reais relações de causa e efeito que controlam nosso comportamento, para a psicologia, isso sim faz sentido e tem respaldo científico”, defende.
Sara alerta que se o grau da superstição for elevado, a crença pode gerar sofrimento e causar ansiedade, pânico, fobias e stress.