Manter as contas de casa não é barato. Fazer isso com saúde é ainda mais difícil. E para quem depende de algum medicamento, a conta na farmácia pode ser maior que as compras do mês. Na casa de alguns serranos, o gasto com remédios pode corresponder a 40% do que ganha ou 1/3 dos custos de uma família.
A moradora Neuza Diniz, de Jardim Tropical, toma medicamentos para pressão e coração e seu gasto mensal é 40% do que ganha. “Gasto uns R$ 600 por mês e ganho 1,5 salário mínimo. Isso porque consigo alguns remédios de graça. Fica apertado para pagar as contas”, reclama.
A fotógrafa Danielle Lopes de Lima, de Morada de Laranjeiras, relata que o gasto com medicamento frequente já chegou a 1/3 dos gastos da família. “Já chegamos a gastar cerca de R$ 1 mil por mês, cerca de 1/3 do orçamento de casa, com medicação para meus dois meninos; mas no momento só o do meio faz uso de medicação contínua e gastamos cerca de R$ 350. E quando minha filha tem crise de asma, são mais R$ 50, pois mesmo sendo distribuído gratuitamente é difícil achar. E se há outras necessidades, como dor muscular, de cabeça, febre, o gasto aumenta ainda mais”, detalha.
A aposentada Doracy Pessimilio, de Nova Almeida, recebe um salário e gasta pelo menos 25% só com os medicamentos que precisa. “Uso cinco colírios por causa do glaucoma, que deve dar uns R$ 230, e ainda tomo remédio de pressão e de tireoide, que gasto uns R$ 30 por mês. Fora quando dá uma gripe, uma dor ou outro problema que preciso gastar mais. Os remédios ficam tão caros que parei de tomar dois por minha conta, que eram para repor cálcio, pois custavam mais de R$100,00 cada”, explica.
Pesquisa de 2015 do IBGE, aponta que famílias brasileiras gastaram 8 vezes mais para comprar remédios do que o Governo.