Neste sábado (31) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data que reforça a importância de conscientizar a população sobre os danos do tabaco e promover uma vida mais saudável. Na Serra, o combate ao tabagismo acontece de forma contínua e estruturada, por meio de um programa gratuito e acessível a todos os moradores do município, com uma taxa de sucesso de 40%.
Realizado pela Secretaria de Saúde da Serra, o programa é desenvolvido nas seis Unidades Regionais de Saúde do município: Valparaíso, Feu Rosa, Novo Horizonte, Jacaraípe, Serra Dourada e Serra Sede.
O atendimento é feito no formato de grupo de apoio e conduzido por uma equipe multidisciplinar formada por médico, enfermeiro, assistente social e educador físico. Os encontros trabalham estratégias práticas e emocionais para lidar com a dependência da nicotina, promovendo o acolhimento e o suporte necessários para a mudança de hábitos.
Cada grupo comporta até 15 participantes, garantindo um acompanhamento mais próximo e personalizado. Só no último mês, o programa atendeu 50 pacientes, demonstrando o compromisso da rede municipal com o bem-estar da população.
Passo a passo
No primeiro mês de tratamento, o grupo passa por um acompanhamento semanal, com foco na troca de experiências dos pacientes, somado a algumas estratégias de substituições, autoconhecimento, ofertadas pela equipe responsável. Já no segundo mês, os atendimentos passam a ser quinzenais e, no terceiro, é mensal, de forma que o paciente consiga ganhar independência no tratamento.
É importante ressaltar que, ao fim de cada sessão, cada paciente tem um atendimento com o médico para definir a necessidade de medicação, que pode ser adesivo, goma ou bupropiona.
Além disso, durante o tratamento, os participantes também são encaminhados para o Programa de Orientação ao Exercício Físico (PROEF), programa de atividade física da Serra, contribuindo para a melhora da saúde física e mental durante o processo de cessação do tabaco.
A empresária Bianca Milagres, de 30 anos, foi a Unidade Básica de Saúde de Manguinhos em busca de ajuda contra o vício. “Eu já tentei parar várias vezes… Na gravidez da minha filha, que hoje tem 5 anos, consegui ficar nove meses sem fumar, mas depois acabei voltando. Parece que o cigarro virou meu melhor amigo, sabe? Mas sei que não é… Já sinto falta de ar, dor no peito, e minha filha reclama do cheiro. Ela não gosta, e eu quero ser um exemplo melhor para ela. Foi por isso que procurei ajuda na Unidade. Sozinha, eu vi que não dava mais”, lamentou ao Tempo Novo.
Como participar
Qualquer pessoa interessada em parar de fumar pode procurar a Unidade de Saúde mais próxima da sua residência. Lá, será acolhida pela equipe e passará por uma avaliação para verificar o grau de dependência da nicotina.
Dependendo do resultado, este paciente pode iniciar um tratamento individual em sua unidade ou ser inserido na lista de espera, para participar do tratamento em grupo, conforme a disponibilidade da região.
Após esse primeiro contato, o paciente é inserido em uma lista de espera e, conforme a disponibilidade, será incluído nos grupos de apoio.
Documentos necessários
– Cartão do SUS
– Documento de identidade com foto
– Comprovante de residência
Mal evitável
O cigarro é responsável por uma série de doenças graves e evitáveis. Entre os principais malefícios estão o aumento do risco de câncer — especialmente de pulmão, boca e garganta —, doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, além de problemas respiratórios crônicos, como bronquite e enfisema.
O tabagismo também afeta a saúde bucal, reduz a imunidade e compromete a qualidade de vida, provocando desde mau hálito até envelhecimento precoce da pele. Mesmo quem convive com fumantes está exposto aos riscos do fumo passivo.