
“Eu sempre me sinto insegura e em estado de alerta dentro do transporte público”. É essa a sensação de Pollyana de Cássia, estudante da Ufes, e de muitos moradores da Serra que utilizam diariamente os ônibus que passam pelo munícipio. Tal receio e medo tem justificativa: a Serra é a cidade do Espírito Santo com mais roubos e furtos nos coletivos em 2023.
+ Ceturb acusa ambulantes e vai expulsá-los de terminais da Serra
Em comparação aos 4 primeiros meses de 2022, em 2023 o número de casos de furtos ou roubos nos transportes públicos que circulam no município aumentou quase 70%, com 734 casos.
Se somados os incidentes de roubos ou furtos em ônibus de Vitória, Cariacica e Vila Velha, o resultado é de 715 casos, 19 a menos dos que foram contabilizados na Serra. O número é ainda mais alarmante se comparado ao mesmo período do ano passado, no qual a Serra acumulava 436 casos, 298 a menos que até agora em 2023.
Leia também
O período favorito dos assaltantes e ladrões para realizar os crimes é na faixa das 19h e também ás 21h. Somente nesses dois horários, em 2023, foram registrados mais 158 furtos e roubos. Além disso, a terça-feira é o dia da semana com maior número de casos, totalizando 140 neste ano.
Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social através do Painel de Crimes Contra o Patrimônio.
Kaê Oyarzabal tem 37 anos e frequenta os ônibus da cidade cerca de 5 vezes semanalmente. Em conversa com o Tempo Novo, o morador do Parque Residencial Laranjeiras relatou que a insegurança de utilizar o transporte público ocorre desde a espera nos pontos de ônibus.
“Eu utilizo o transporte público cerca de 5 vezes na semana para ir ao meu trabalho. Já presenciei um assalto e nunca consigo me sentir seguro, não importa o dia. Já começando pelo ponto de ônibus, que é onde ocorrem muitos assaltos também”, disse Kâe.
Quem também conversou com o Tempo Novo sobre a situação de insegurança nos ônibus que contém o trajeto na Serra foi a estudante de jornalismo na Ufes, Pollyana de Cássia.
“Passo 3 horas por dia no transporte público, e sempre fico em alerta e me sinto insegura num momento que eu devia estar relaxada a caminho da aula. Nunca presenciei furto, mas já vivenciei brigas e fiquei com medo do que poderia ocorrer e inclusive o motorista teve que intervir em um desses casos, mas todo dia que saio de casa tenho medo de ser assaltada ainda mais vendo sempre notícias sobre esses crimes na Serra”, disse a estudante.

