Senadores acionam Justiça contra decreto que concede 60% de desconto a poluidores

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Vale e ArcelorMittal são as gigantes do Complexo de Tubarão, localizado entre os municípios de Serra e Vitória. Foto: Arquivo TN
As oito usinas de pelotização da Vale mais a exportação de minério de ferro por Tubarão estão entre as principais fontes de pó preto e outros poluentes na Grande Vitória. Foto: Arquivo TN

Uma ação popular, requerendo liminar, pode suspender o Decreto da União (nº 9.760, de 11 de abril de 2019) que cria “anistia antecipada” às infrações ambientais, inclusive, com concessão de descontos obrigatórios de até 60% do valor das multas. A ação é uma iniciativa do senador Fabiano Contarato (Rede/ES).

A ação do governo é mais uma medida que enfraquece a fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Apenas 5% dos cerca de R$ 3 bilhões em multas que o Ibama aplica, anualmente, são pagas devido aos frequentes recursos apresentados. Ao optar pela criação de núcleos de conciliação, como prevê o decreto, a cobrança da multa, automaticamente, poderá ser suspensa. Se o núcleo de conciliação, criado pela nova norma, não aceitar converter a multa em recuperação ambiental, o infrator poderá apresentar até três recursos no Ibama ou recorrer à Justiça. É, portanto, mais um duro golpe para desmontar a estrutura de proteção ao meio ambiente no país.

Contarato disse esperar que a Justiça, detenha “mais um retrocesso que, certamente, só virá para agravar a cultura de impunidade e destruição dos recursos naturais.

Assinam a ação 1014864-79-2019.4.01.3400, junto com Contarato, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), e a ex-senadora Marina Silva (Rede).

 

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Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 21 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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