Restrições mais rígidas de isolamento podem provocar problemas emocionais, diz especialista

Compartilhe:
O especialista sugere buscar práticas de exercício on-line e trocar os elevadores pelas escadas. Foto: Freepik
O especialista sugere buscar práticas de exercício on-line e trocar os elevadores pelas escadas. Foto: Freepik

A necessidade de intensificar o isolamento social pode se transformar num problema emocional para muitas pessoas. O surgimento de sentimentos como medo, frustração, impotência e estresse têm como consequência uma sobrecarga mental, que deixa o corpo e a mente debilitados. Como lidar com a quarentena? Para começar, é recomendável fazer uma atividade física, mesmo que seja dentro de casa.

“É importante fazer algum exercício para melhorar o nível de cortisol [o hormônio], que ajuda o corpo a responder melhor ao estresse. Se não dá para fazer uma caminhada, até mesmo uma limpeza na casa pode contar como atividade física”, aponta o psiquiatra da Unimed Vitória Vicente Ramatis.

Ele sugere buscar práticas de exercício on-line e trocar os elevadores pelas escadas.Ramatis chama atenção ainda para uma tendência à automedicação, que deve ser evitada. “Muitas vezes o indivíduo já está em tratamento para algum transtorno mental, e, diante dos problemas que vão surgindo, acaba exagerando nos remédios. A caixa que era para durar um mês não dá conta”.

Home office em família

Com a família toda em casa por causa da volta em peso para o home office, é preciso redobrar a paciência com os familiares para evitar conflitos. “Tem acontecido muita separação, escuto muito isso no consultório. Há relatos de pessoas cujo casamento ia bem, mas que com a presença do casal em casa o dia inteiro, a relação acabou estremecida. A irritabilidade aumenta”, analisa o especialista.

Para fazer o trabalho fluir no home office, o casal tem que dividir o tempo das crianças. Estipule horários para os estudos e para a diversão. A rotina muda, mas as cobranças continuam, por isso, é preciso ter equilíbrio. “E se toda a situação em casa estiver muito fora de controle, a pessoa não deve relutar em procurar ajuda profissional. Às vezes, um acompanhamento psicoterápico ou uma medicação, caso necessário, pode ajudar a administrar sua crise pessoal de forma completamente diferente. Não tenha relutância em procurar ajuda”, orienta o psiquiatra.

A quarentena traz ainda um outro alerta: cuidado com o aumento no consumo de bebidas alcoólicas.  “Não caia na tentação de aumentar o consumo de bebida e outras drogas, incluindo não se automedicar. A família toda tem que se policiar para não exagerar na bebida. Isso tem que ser conversado dentro de casa, até para evitar dar o mau exemplo para as crianças”.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

Leia também