Como se não bastasse o governo Bolsonaro acabar com a proteção da restinga, a vegetação que cresce na beira da praia em Bicanga sofre com a falta de noção de algumas pessoas que frequentam o balneário. Elas simplesmente estacionam o carro e ainda fazem churrasco sobre a restinga. E ainda deixam todo o lixo gerado para trás.
Neste domingo (4), a cena se repetiu. A denúncia é da moradora Rosalba Benevides que flagrou logo pela manhã, antes das 8 horas, diversos veículos estacionados sobre a restinga.
“A praia fica lotada durante o final de semana e os motoristas não respeitam. Todo o trabalho feito para preservar a restinga está indo por água abaixo. Era tudo cercado de corda, hoje as cordas foram retiradas e as pessoas fazem de tudo ali, estacionam, fazem churrasco e deixam todo o lixo gerado pra trás. Enfim, é uma sujeirada só”, reclama a moradora.
Segundo Rosalba, até área de camping as areias da praia estão virando. “Já vi pessoas acampando também, com barracas e tudo mais. Roupas penduras na vegetação e ninguém faz nada”, denuncia.
O problema acontece principalmente nas áreas onde não existem quiosques ou que os estabelecimentos estejam abandonados ou fechados. “Onde tem quiosque funcionando, os próprios donos ajudam a fiscalizar, não deixam fazer churrasco e nem estacionar sobre a vegetação. Este problema acontece muito onde os quiosques não funcionam, na faixa de vegetação que fica entre Bicanga e Balneário Carapebus, próximo a ponte que está sendo construída pela Prefeitura, em cima do Córrego do Bucho”, conta.
Rosalba conta que a Prefeitura foi fiscalizar a praia no sábado e no domingo. “A Prefeitura vem e fiscaliza, só que sem o cercamento da restinga as pessoas não respeitam. A fiscalização sai e o povo volta e repete o mesmo erro”.
O TEMPO NOVO procurou a Prefeitura da Serra que disse que o Departamento de Operações de Trânsito, a Guarda Municipal e a fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente estiveram nos balneários no fim de semana e solicitaram a retirada dos veículos, ordem que foi acatada. As placas dos carros estão em nosso banco de dados e, se houver reincidência, haverá multa. A multa pode chegar a R$ 10 mil se afetar unidades de conservação.