A igreja de São José do Queimado que foi restaurada há pouco mais de um ano, em março de 2020, foi alvo de vândalos. Foram danificadas placas informativas e cabos de aço da escada do templo. O local não possui segurança patrimonial e hoje é um dos patrimônios históricos mais visitados por serranos, capixabas e até turistas de outros estados do Brasil.
Desde que foi restaurada a igreja tem sido palco, inclusive para casamentos e clipes de cantores. O sítio histórico fica num local ermo na região rural da Serra.
A denúncia de vandalismo foi feita pelo vereador Saulinho da Academia (Patriotas) no plenário da Câmara da Serra nesta segunda-feira (19).
“Estive no local hoje (19) e pude comprovar. Foram danificadas placas informativas e cabos de aço da escada da parte interna da igreja. Uma barbaridade, pessoas que fazem isso não têm noção nenhuma. A que ponto chegamos. Isso é assustador e de imediato oficializamos o secretário de Turismo e cobramos os reparos ali necessários. Também pedimos ao 6º Batalhão um reforço no patrulhamento rural naquela localidade para tentar inibir estes fatos”, destacou o vereador.
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Saulinho também ressaltou em sua fala que o sitio histórico hoje é o local que mais vem recebendo visita de moradores de outras cidades e até mesmo de fora do estado e que é fundamental a preservação daquele patrimônio público e pede também patrulhamento da guarda municipal no local. “Lugar incrivelmente lindo na nossa cidade, pedimos que a guarda possa olhar também com mais carinho para nossos patrimônios históricos”.
Anderson Muniz (Rede) também defendeu a presença de vigilância no Queimado. “Também fiz contato com o secretário Thiago Carreiro e ele me disse que a segunda etapa do restauro do sítio prevê a questão da colocação de vigilantes no local. É de extrema importância um vigia ali para poder defender não apenas o patrimônio cultural, mas o patrimônio histórico da nossa cidade, que é o sitio de Queimado”, cobra o parlamentar.
Outra que se manifestou sobre o tema foi a vereadora Raphaela Moraes (Rede) e pediu a ajuda da população para cuidar do espaço. “Fiquei muito triste com a notícia de São José do Queimado peço a população da Serra que nos ajude a cuidar desse patrimônio que é nosso. Nós estudamos nos livros de história e a Serra está conhecida no Brasil inteiro por conta dessa história”.
A igreja de Queimado foi palco da maior revolta de escravo do Espírito Santo e uma das maiores do Brasil. Conhecida como Insurreição do Queimado, a revolta ocorreu em 19 de março de 1849, liderada por Chico Prego e Elisiário Rangel. Os escravos travaram uma sangrenta luta pela liberdade, que terminou com centenas de mortos. De acordo com alguns relatos históricos, o frei Gregório Maria de Bene havia prometido liberdade aos escravos, em troca da construção da Igreja de São José. A promessa não foi cumprida, o que gerou a revolta.
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Em setembro de 2020, o jornal Tempo Novo já noticiado sobre o problema da falta de vigilância no local. Na época, historiadores estavam preocupados com a segurança do patrimônio.
O TEMPO NOVO procurou a Prefeitura da Serra para falar sobre o assunto. Por meio de nota, o município disse uma equipe da Secretaria de Turismo, Cultura Esporte e Lazer esteve no local e registrou furto das alavancas de inox de alguns cabos de aço. A Setur já vai substituir as peças. Foi feito um Boletim de Ocorrência e a Guarda Municipal vai reforçar o patrulhamento no local.
Já a Polícia Militar informou que faz o patrulhamento na região, por meio da Patrulha Rural, e também conta com o apoio da Guarda Municipal nas ações de policiamento. “É importante que em casos de suspeita ou ocorrência de crime uma viatura da PM seja acionada através do Ciodes (190). Equipes da Guarda Municipal também podem, e devem, ser acionadas em situações de crime”, finalizou a nota.
