Profissionais de saúde com mais de 60 anos e sem comorbidade têm que trabalhar, diz prefeitura

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Foto: Arquivo Tempo Novo
UPA de Carapina é uma das referências de atendimento na rede de saúde da Serra. Foto: Arquivo TN/Bruno Lyra

Na rede municipal de saúde da Serra, médicos, enfermeiros, auxiliares e outros profissionais que atuam nas unidades básicas, de referência e de pronto atendimento têm que continuar trabalhando se não apresentarem comorbidades.

Através da assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) disse nesta quarta-feira (01) que profissionais com mais de 60 anos são necessários “por fazerem parte de serviço essencial nesse momento de pandemia, só serão liberados nos casos de possuírem comorbidades”.

A Sesa acresenta que o município segue portaria estadual que prevê a determinação e diz ainda que os casos excepcionais são analisados por comissão técnica. Por fim , afirmou que EPI´s estão sendo “fornecidos para todos os serviços prestados” na rede municipal de saúde.

“Tenho medo por estar no grupo de risco”

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), idosos, diabéticos, hipertensos, portadores de insuficiência renal crônica e/ou de doença respiratória crônica, além de cardíacos, estão no grupo de risco.

No caso de idoso, que é a pessoa com mais de 60 anos, não precisa ser portador de comorbidade, a própria idade já caracteriza a condição de risco, segundo a OMS.
Na tarde de ontem (01) uma profissional de 68 anos que atua numa das unidades de saúde da Serra (nome da pessoa e local onde ela trabalha não será divulgado a pedido da mesma por temer retaliações).

“Toda hora você vê um caso suspeito (De Covid-19).Tenho medo por estar no grupo de risco. A gente tem recebido alcool em gel e máscara, mesmo assim é arriscado. Como não tenho nenhuma comorbidade, não fui liberada. Gostaria que a Secretaria de Saúde revesse isso”, diz.

A profissional relata que, por conta dos esforços estarem concentrados na atenção à pandemia, outros serviços estão ficando prejudicados na rede. Um deles é o Programa de Saúde Mental, frente em que a profissional ouvida atua.

“Antes atendíamos grupos para ações terapêuticas. Não podemos mais receber por conta do risco de contaminação. Apenas estamos fazendo a entrega de medicação e recebendo casos de surto, que depois são encaminhados para hospital de referência em Cariacica”, resumiu.

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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