Prefeitura de Colatina nega presença de metais pesados no rio Doce

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Imagem área da chegada da lama à cidade de Colatina. Foto: Alex Will
Imagem área da chegada da lama à cidade de Colatina. Foto: Alex Will
Imagem área da chegada da lama à cidade de Colatina. Foto: Alex Will

Por Clarice Poltronieri

O diretor do Sanaer (Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental), Antônio Demuner,  disse por volta das 16h desta segunda (23) que não há metais pesados no rio Doce e que a água do manancial já está sendo captada novamente para o abastecimento da cidade, cujo suprimento deve ser normalizado até o próximo final de semana.

O Sanear é uma empresa da prefeitura de Colatina. A fala de Antônio contraria o resultado da análise feita pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guandu, cidade vizinha a Colatina, que apontou presença de chumbo, arsênio, cobre, bário e manganês, entre outras substâncias, bem acima dos limites legais considerados seguros à saúde.

O resultado foi tornado público pelo prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PC do B), que posteriormente reafirmou a presença das substâncias numa amostra de água coletada no trecho do Doce que corta a cidade mineira de Governador Valadares.

A presença dos metais também foi alertada pelo pesquisador André Ruschi, responsável pela Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi, que fica em Santa Cruz, Aracruz, litoral norte do ES.

Já o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), não descarta a contaminação. A assessoria do órgão disse, na última sexta (20) que estão sendo feitas análises das águas coletadas em vários trechos do rio e que era necessário algum tempo para saber se as águas oferecem ou não riscos à saúde. Nesta segunda (23) o Iema ainda não havia divulgado resultado.

Água nas torneiras

Por sua vez, Demuner disse que já tem água do rio Doce sendo distribuída para a população de alguns bairros de Colatina e que é preciso encher os reservatórios e retornar com o funcionamento de uma das estações de tratamento ainda parada, para que o abastecimento retorne regularmente a toda a cidade.

“Estamos fazendo o mesmo tratamento de Governador Valadares com acácia negra, substância usada para separar a sujeira da água”, resumiu.

Colatina teve o abastecimento interrompido no último dia 18, quando a lama de rejeitos de minério vazada da mineradora Samarco (Vale + BHP Billiton) em Mariana – MG chegou ao município capixaba. Nos dias posteriores a cidade viveu um caos, com filas e confusão dos moradores para conseguir água mineral distribuída pela Samarco e também para ter acesso aos tanques de água tratada espalhados pela cidade pelo Governo do ES e pela mineradora.

Lama contamina o mar

E no sábado (21) a lama atingiu a foz do rio Doce em Linhares, litoral norte do ES. Na tarde desta segunda (23) já havia chegado 10km mar adentro.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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