A poluição do ar mata 51 mil pessoas por ano no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão ligado à ONU. E tratamentos de doenças associados a esta poluição custam 1,7 bilhão aos sistemas de saúde nas 29 metrópoles brasileiras, conforme estudos de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
O problema será tema do 1º congresso global sobre poluição do ar, para debater as recomendações aos 193 países-membros visando melhorar o meio ambiente. O evento acontece entre os próximos dias 29 de setembro e 1º de outubro em Genebra, na Suíça.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, também conselheiro do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), a legislação brasileira sobre o ar conta com parâmetros da década de 1990, considerados defasados.
Das metrópoles brasileiras, a Grande Vitória é especialmente castigada. Isto porque, além do trânsito, construção civil e outras fontes difusas de poluição, a região abriga o complexo Siderúrgico de Tubarão (Vale e Arcelor), um dos maiores do mundo. Na última sexta (21) os Ministérios Públicos Estadual e Federal, além do Governo do ES, assinaram acordo com Vale e Arcelor para que as duas reduzam a quantidade de pó preto que lançam no ar até 2023.
No entanto o acordo não estabelece metas claras nem trata da redução dos gases nocivos à saúde emanados das duas empresas, localizadas em Serra e Vitória.