Pó preto, dinheiro e saúde

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Por Bruno Lyra 

Não há no horizonte capixaba a curto prazo uma alternativa econômica para o encerramento ou pelo menos uma queda drástica da atividade siderúrgica no Complexo de Tubarão  (Vale e ArcelorMittal) e em Anchieta (Samarco, junção de Vale e BHP).

Também está difícil enxergar solução para os graves problemas ambientais e de saúde pública que essas atividades geram.  É certo que a histórica paralisação do porto de Tubarão determinada pela Justiça Federal, junto com o acidente/crime ambiental da barragem de Mariana, o poder das câmeras dos celulares e as redes sociais, farão o debate do pó preto esquentar ainda mais. Principalmente num ano eleitoral.

Por outro lado, a mineração/ siderurgia compõe um dos pilares da vida moderna de opulência material. Seu arranjo produtivo no Brasil, onde a Vale é a protagonista, tem uma força política brutal. A ponto da Vale levar, só no ES, 19 multas em 15 anos, não pagar nenhuma e ficar por isso mesmo. Ou de ninguém ter sido punido até hoje pelo desastre de Mariana.

A crise econômica do país e os baixos preços do minério e do aço no cenário internacional são complicadores para investimentos de gestão da poluição nas plantas. A complacência do poder público e a dependência financeira dos capixabas também.  Falta de dinheiro no bolso mata mais rápido do que a poluição.

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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