Mestre Álvaro
Yuri Scardini é autor do livro 'Serra: a história de uma cidade' e escreve sobre política e economia

Pioneira no Civit, Fibrasa amplia fábrica na Serra com investimento de R$ 75 milhões

Os irmãos Sérgio e Leonardo de Castro, junto ao governador Renato Casagrande e ao prefeito Sergio Vidigal. Crédito: Samuel Chahoud.

Pioneira na instalação do Civit ainda na década de 1970, a Fibrasa deu mais um importante passo em sua trajetória como uma das indústrias mais relevantes da Serra e do Espírito Santo. Na manhã desta segunda-feira (25), a empresa inaugurou a ampliação e modernização de sua planta produtiva em um evento realizado na sede da companhia, que contou com a presença de lideranças políticas e empresariais do estado.

O nome mais lembrado durante a cerimônia foi o de Sérgio Rogério de Castro, fundador da Fibrasa, ex-senador e ex-presidente da Findes e da Ases, falecido há pouco mais de um ano. Hoje, a empresa é comandada pelos filhos do fundador, Sérgio, Leonardo e Giuliano de Castro. A Fibrasa é uma das maiores produtoras de embalagens plásticas de polipropileno do Brasil, empregando mais de mil trabalhadores no Brasil, sendo cerca de 400 na Serra.

Durante o evento, a coluna conversou com Leonardo de Castro, vice-presidente da empresa, que destacou o volume do investimento: R$ 75 milhões. Segundo ele, a expansão trará um aumento significativo na capacidade de produção da unidade.

“É um investimento que amplia a nossa capacidade nessa unidade em cerca de 60%. Estamos trazendo para o Espírito Santo a fabricação de embalagens injetadas, além das termoformadas, que sempre foram nosso carro-chefe. Esse projeto também visa atender de forma mais robusta o mercado capixaba, especialmente nos setores de laticínios, tintas, água, alimentos e bebidas, que estão crescendo no estado.”

Além da planta na Serra, a Fibrasa conta com outra unidade no estado de Pernambuco. Com as melhorias implementadas, a unidade da Serra se consolida como referência nacional em tecnologia e inovação no setor. Entre as novidades está a capacidade de produzir embalagens mais leves sem comprometer a qualidade dos produtos.

Segundo Leonardo de Castro, a meta para os próximos anos é ambiciosa: alcançar um faturamento anual de R$ 1 bilhão. Ele também destacou o compromisso com o crescimento e a geração de empregos na região.

“Estamos muito animados com esse ciclo de crescimento, empregando mais serranos. Criamos uma infraestrutura que nos permite continuar expandindo. Praticamente dobramos a área física da Fibrasa aqui no Espírito Santo e criamos condições para incorporar novos equipamentos à medida que o mercado absorver essa nova capacidade. Nosso espírito de evolução, presente há 52 anos no município, segue firme”, concluiu.

Assim como o pai, Leonardo de Castro é um defensor ativo da indústria e do desenvolvimento, com ampla atuação em entidades de destaque no Espírito Santo e no Brasil. Atualmente, ocupa o cargo de vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e já presidiu a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Com mais de 50 anos desde a instalação da Fibrasa na Serra, Leonardo reafirmou a confiança da empresa no potencial do município para receber investimentos e continuar crescendo.

“Gostamos muito da Serra, acompanhamos o crescimento e desenvolvimento desse município e sempre atuamos de forma ativa. É importante registrar que a Fibrasa sempre foi uma empresa que ultrapassou suas fronteiras. Meu pai fundou a Ases, e tanto eu quanto meu irmão também presidimos essa instituição. Defendemos o desenvolvimento equilibrado do município, buscamos gerar oportunidades e contribuir amplamente com ideias e sugestões para fazer da Serra uma cidade cada vez melhor. Esse é o nosso espírito”, resumiu Leonardo.

Fibrasa e seu fundador no livro “Serra: a história de uma cidade”

A Fibrasa foi fundada em 1978 pelo industrial Sérgio Rogério de Castro, falecido em 2023 aos 81 anos. Sérgio também ocupou temporariamente o cargo de senador da República. Por décadas, foi um dos empresários mais atuantes na defesa por investimentos nos polos industriais da Serra. Quando chegou ao Civit I, na década de 1970, o local não tinha infraestrutura básica, como água encanada, energia elétrica e pavimentação.

Além de ser um dos primeiros investidores a acreditar na Serra como um polo industrial, Sérgio Rogério fundou a Associação dos Empresários da Serra (Ases), que desempenhou um papel fundamental na viabilização de projetos que geraram empregos e renda para a população local.

Sua trajetória, assim como a da Fibrasa, é contada no livro “Serra: a História de uma Cidade”, que destaca sua contribuição para a industrialização e o crescimento econômico da Serra. Segundo o empresário, quando chegou ao Espírito Santo, a Serra era vista com desconfiança pelos investidores. Em tom de brincadeira, Sérgio relatou que, no banco onde realizava suas operações financeiras, era apelidado de “o doido do Civit”, devido à descrença de que uma empresa pudesse prosperar em um local que ele mesmo descreveu como um “lamaçal”.

Uma vida dedicada ao desenvolvimento do Espírito Santo

Sérgio Rogério de Castro nasceu em Muriaé (MG), em 9 de agosto de 1942. Presidiu a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) entre 1989 e 1992, destacando-se como um dos maiores defensores da industrialização no estado. Além disso, ocupou o cargo de senador durante quatro meses, entre 2017 e 2018, como suplente de Ricardo Ferraço.

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