Em queda por conta do fechamento de minas após o rompimento da barragem de Brumadinho, a produção da Vale em Tubarão sofreu novo baque esta semana. A mineradora paralisou as atividades na mina de Alegria, em Mariana (MG), cujo destino é o Porto de Tubarão.
Segundo a assessoria de imprensa da mineradora, o impacto na produção é de cerca de 10 milhões de toneladas ao ano.
Com isso, a empresa pode perder cerca de 40% do total exportado pelo Porto de Tubarão, que foi 102,2 milhões de toneladas em 2017, já que a paralisação da mina das Laranjeiras, no complexo de Brucutu, reduz a produção em 30 milhões de toneladas ao ano.
A paralisação das operações da mina de Alegria, segundo a Vale, foi de iniciativa da empresa depois que constatou riscos na barragem de rejeitos. Em nota, a mineradora disse que a estrutura da barragem de rejeito é estável; mas sob condição de stress, os testes feitos deram resultados inconclusivos, o que não dá para garantir sua estabilidade nessas condições.
A Vale pontuou que os estudos serão aprofundados e as operações, retomadas, assim que houver garantia de estabilidade. Além da mina de Alegria, a empresa também está com problemas em outras duas lavras, dessa vez no Complexo do Cauê, em Itabira (MG), que também mandam minério para Tubarão. É que a Justiça determinou a suspensão do descarte de rejeitos em duas barragens por conta do perigo de rompimento.
Sobre esse caso, a Vale afirma que tal suspensão não tem impacto significativo nas operações da mina do Cauê nem na produção em Tubarão, pois passou a direcionar a descarga para outras estruturas.
Justiça dá aval para retomada da lavra de Brucutu
Na última terça-feira (19), a Vale anunciou que conseguiu na Justiça a liberação da barragem das Laranjeiras e que irá voltar a operar o complexo de Brucutu assim que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais (SEMAD) autorizar. Mas até o fechamento desta edição, na tarde de ontem (21), as operações de Brucutu permaneciam paralisadas.
A retomada da mineração em Brucutu é fundamental para a mineradora reverter a queda da exportação de minério de ferro em Tubarão. Por conta da paralisação de lavras após o rompimento da barragem de Brumadinho, a Vale chegou a interromper o fornecimento a siderúrgicas no Espírito Santo, como a CBF em João Neiva e Santa Bárbara em Vila Velha.
Na Serra, a preocupação maior é com a ArcelorMittal Tubarão, que usa minério de ferro pelotizado, beneficiado nas oitos usinas da própria Vale em Tubarão, para produzir aço.
A Arcelor informou que nas últimas semanas não foi afetada pela queda na produção da Vale, mas demonstrou preocupação ao afirmar que espera que a mineradora consiga priorizar seus parceiros locais.