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Os rumos do partido de Bolsonaro na Serra

Amaro Neto, Carlos Manato, Cabo Porto e delegado Márcio Greik.

De um dia para noite o PSL metamorfoseou-se de um micropartido para uma supersigla. A transformação só foi possível por meio de uma injeção de anabolizante com DNA de Jair Bolsonaro, que além de se eleger como presidente da República ajudou a puxar aliados para o Congresso. O ex-nanico PSL saltou de 1 para 52 deputados em 2018. Agora, naturalmente, o partido olha em perspectiva para 2020 com a intenção de reproduzir o sucesso das urnas, só que dessa vez, com Bolsonaro sentado na cadeira de presidente.

No Espírito Santo, regido pelas mãos do ex-deputado Carlos Manato, o PSL deve lançar candidatos a vereador e prefeito em dezenas de municípios, especialmente na Grande Vitória. Médico e empresário, ele é personagem longevo da política; sua estratégia é dar corda aos seus correligionários – que tem uma aparente autonomia para tocar as articulações municipais, mas na hora do vamos ver, a última palavra é de Manato.

Nos planos do ex-deputado, a Serra é importante; entretanto, não é mais importante que Vitória. Por isso, o munícipio tem sido trabalhado como uma moeda de troca visando à eleição na capital, porém, se bobear e as coisas não evoluírem conforme planejado, o partido paralelamente constrói planos ‘reservas’ que pode originar numa candidatura pra valer.

Localmente, o partido possui fartas opções para chegar com expressão em 2020. Entretanto vale observar que o PSL tem uma existência umbilical com Bolsonaro, e nenhuma articulação local terá viabilidade se o presidente não tiver apoio e popularidade e se o Governo estiver mal avaliado. O ex-capitão do Exército tem caído em pesquisas de avaliação, entretanto, ainda acumula um expressivo capital político, com apoio popular e mobilização de rua, haja visto os atos ocorridos no último domingo (30) que carregou milhares de pessoas para as ruas em todo o Brasil.

Na Serra, os bolsonaristas tem ao menos 4 linhas de articulação políticas:

1. Plano A: Manato já deixou claro em reportagens publicadas pelo TEMPO NOVO que a vontade do partido é trabalhar a vice-prefeitura com Amaro Neto na cabeça de chapa. Manato tem todo o interesse em extrair Amaro de Vitória e inseri-lo na Serra; o objetivo é desobstruir a eleição na capital e favorece-lo. Em pesquisas de intenção de votos, Amaro lidera e Manato surge em segundo. O sonho de consumo do ex-deputado é costurar uma dobradinha entre PSL e PRB e exportar candidatos para todo o ES, se lançando em Vitória e elegendo o apresentador de TV na Serra, com um bolsonarista na vice. Num cenário como esse, o grupo fica muito fortalecido para 2022 estabelecendo um polo oposto ao atual governador Renato Casagrande (PSB).

2. Outras opções não tem ordem hierárquica; os ‘astros’ precisam se alinhar e a articulação precisar ter lógica partidária, mas, sobretudo, o candidato necessita ter viabilidade eleitoral medido em pesquisa de intenção de voto. Neste sentido, o próprio Manato, logicamente pode ser o candidato; A Serra foi o berço político dele, que emergiu nas barbas do então prefeito Sérgio Vidigal (PDT), e ganhou notoriedade ao comandar a secretária de serviços, lá nos idos do início dos anos 2000. De lá pra cá muita coisa mudou, como médico e empresário, Manato fez a vida na Serra, fundando ao lado de outros colegas, o Hospital Metropolitano e posteriormente se tornando sócio no Vitória Apart. Como político, Manato largou Vidigal e ganhou força e expressão próprios. Passou mais de duas décadas em Brasília, onde virou amigo de Bolsonaro.

3. Lista-se também o vereador Cabo Porto (PSB) que foi convidado publicamente por Manato para se filiar. Militar linha dura, Porto tem a cara do PSL e deve de fato deixar o PSB para se filiar no partido. Alias classificar Porto como socialista soa até extemporâneo. Ele na condição de candidato a prefeito é improvável, mas, seria descuido descartar hipóteses hoje em dia. Porto tem chances de ser um dos vereadores mais votados em 2020 e pavimentar um salto rumo a Assembleia em 2022. Esse tese parece mais sensata no bastidor político.

4. Por fim, mas de maneira alguma menos importante, está uma articulação ‘caseira’. O PSL local pediu autonomia para fazer seus próprios movimentos e ganhou sinal verde de Manato. Com isso, o vereador Adilson de Novo Porto Canoa (PSL), mostrou que seu perfil ‘caladão’ em plenário não é sinal de ausência de protagonismo político. Adilson trouxe o aliado e ex-funcionário da Vale, Joel Pereira, para presidência do PSL-Serra e provocou o delegado federal Márcio Greik para ser candidato a prefeito. E este topou. Residente em Morada de Laranjeiras há 10 anos, o delegado conhece a Serra, vem com discurso do ‘novo’ e parece ter disposição para tocar pra barco pra frente ao lado de Adilson e Joel.

Redação Jornal Tempo Novo

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