O uso de escória nos alagados do Jacuyh para a implantação do Contorno do Mestre Álvaro na Serra gerou reação tanto do município quanto da capital Vitória. Após equipes das secretarias de meio ambiente vistoriarem o local onde o consórcio vencedor da licitação está aterrando o local com escória da ArcelorMittal Tubarão, as duas cidades pediram explicação ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) sobre os riscos de aplicar rejeitos da produção aço em área tão sensível.
Licenciador da obra, o Iema já enviou técnicos ao local e segundo a assessoria de imprensa do órgão divulgará parecer sobre o caso na próxima semana. À reportagem, representantes do consórcio disseram que a aplicação da escória está ocorrendo como teste com intuito de saber se o material dá a estabilização adequada para a construção da pista, cuja obra ainda não foi liberada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) justamente pela falta de clareza do projeto em relação aos alagados.
Dos 18 km previstos, pelo menos 10 km estão em áreas de solo mole, com turfa, que ficam parcialmente ou permanentemente inundados. Todo o trecho está na Serra, mas dali descem águas para o complexo de manguezais do Lameirão e para a ilha das Caieiras em Vitória. Esta última, polo turístico e gastronômico que tem parte dos pescados retirados na região.
Por sua vez, a assessoria de imprensa da ArcelorMittal garantiu que o material não é nocivo ao meio ambiente e a saúde humana, tendo sido aplicado em obras semelhantes até em outros países.