
“É assustador!”. Esse é o sentimento descrito pelo médico Luiz Carlos Bezerra, após constatar que era portador do coronavírus, nas primeiras semanas de abril.
Bezerra, como é conhecido, é morador de Colina de Laranjeiras, bairro com maior incidência da doença. Ele segue se recuperando e já se prepara para retomar as atividades como médico, a partir de terça-feira (28). Ele relata como foi a experiência, e aponta sobre os primeiros sintomas.
“No dia 10 teve início a tosse e dor na garganta; a seguir me sentia sonolento, com calafrios. Já no dia 14 veio a perda do paladar e do olfato. Neste dia fiz o exame, que deu positivo”, conta ele.
“Você sente que sua respiração está diferente, tem que puxar um pouquinho mais, o olfato parece aquele cheiro das tufas do contorno”, explicou.
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Questionado se o fato de ser médico o tranquilizou, disse que não é possível fazer tal afirmação. “Não tomei medicamentos nenhum. Fui supervisionado por dois colegas que me orientaram, sendo um infectologista e um pneumologista. Graças a Deus não tenho doença de comorbidade, só a idade, 62 anos”, afirmou.
Ele faz um alerta: “Esse vírus não tem tratamento comprovado; não tem vacina; a evolução é rápida. Se atentem para as questões de higiene. Álcool nas mãos e lavar com sabão; limpar bem as superfícies, maçanetas, mesas , teclados etc. Chegar em casa tirar a roupa e botar pra lavar e tomar banho logo. Usar máscaras. Evitar aglomerações e, se possível, ficar em casa”.
E deixa uma mensagem. “Hoje estava conversando com minha esposa. Sem dúvida minha visão de vida e de mundo vai mudar. Ficar em casa isolado, sem sequer ir no corredor e ficar longe das pessoas que você gosta, ama e curte é complicado. Faz repensar a vida”.

