A maior parte da poluição de origem industrial vem do complexo industrial de Tubarão (Vale e ArcelorMittal). É a conclusão do mais recente inventário sobre fonte de poluição atmosférica da Grande Vitória apresentado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), na última quarta-feira (11),na Ufes.
O relatório tem como base dados coletados em 2015 e aponta que as emissões de Tubarão representaram, dentre as fontes industriais, 70% da poeira – incluindo aí o famoso pó preto -, 74% dos óxidos de nitrogênio (NOx), 96% do monóxido de carbono (CO), 88% do dióxido de enxofre e 47% dos Compostos Orgânicos Voláteis (COV).
No entanto, o estudo apontou que, em termos do total de partículas, a grande maioria vem da ressuspensão do trânsito, excetuando as partículas mais finas e perigosas à saúde, estas de origem na indústria minero-siderúrgica. Fato que gerou críticas dos presentes à apresentação do estudo. Um deles, o presidente da ONG Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi Júnior, disse que o estudo não caracteriza a origem da partícula que é ressuspensa pelo tráfego de veículos.
O ativista lembra que as emissões de poeira em Tubarão jogam pó sobre as rodovias e que a ressuspensão caracterizada no estudo com tráfego de veículos pode ter grande contribuição da siderurgia. A mesma crítica fez o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), que disse que os capixabas querem saber o tamanho exato da contribuição de Vale e ArcelorMittal sobre o pó que atinge a Grande Vitória.
Outro que também pediu mais precisão em relação ao impacto da siderurgia na qualidade do ar foi o superintendente do Ibama no estado, Diego Libardi. Da Serra, a liderança presente na apresentação foi o vereador Fábio Duarte (PDT).
Ele cobrou do Iema retorno a respeito da “chuva” de pó brilhante que caiu sobre Carapebus há duas semanase disse que protocolou,ao lado do vereador Geraldinho PC (PDT),um requerimento para criação de Comissão Especial para acompanhar os Termos de Compromissos Ambientais (TCAs) assinados por Vale e Arcelor para reduzir o pó preto.
O presidente do Iema, Alaimar Fiuza, disse que o inventário servirá para revisar a localização dos pontos de monitoramento da qualidade do ar na Grande Vitória. Sobre as críticas em relação à caracterização do pó ressuspenso pelo tráfego de veículos, admitiu que não foi feita; mas que, mesmo assim, considera o estudo mais avançado do que o realizado em 2009.