Dedicada a cuidar da Área de Proteção Ambiental (Apa) do Mestre Álvaro, a ong Guardiões do Mestre lançou na última semana catálogo digital contendo informações sobre as 18 espécies de cobras encontradas na montanha serrana. O catálogo está disponível gratuitamente para os interessados.
O material intitulado ‘Serpentes do Mestre Álvaro’ contém fotos, informações científicas e os nomes populares de cada uma das espécies. Todas as fotografias foram feitas de animais em seu habitat na Apa.
E foram produzidas ao longo dos anos por cinco dos vários ativistas que atuam no local, fazendo tanto o monitoramento do Mestre Álvaro quanto guiamento de visitantes pelas trilhas, contribuindo com fiscalização e educação ambiental.
Assinam as imagens os ativistas Ricardo Monteiro, Rafael Apelfer, Marcos Santana, Júnior Nass, Jhony Souza e Bismarck Ferreira. A edição do catálogo é de Cristian Bortolon.
Para ter acesso gratuito ao material, a pessoa interessada deve mandar mensagem pelo Whatsapp no número (27) 99631 – 2337.
Montanha de belezas ameaçadas e sem estrutura para visitação
Os 833 metros de altitude do topo do Mestre Álvaro e a imponência de seu maciço emergindo da planície litorânea, tornam a montanha um dos principais símbolos paisagísticos não só da Serra como do Espírito Santo.
A unidade de conservação foi criada em 1976 com o status de Reserva Biológica, que depois foi mudado para Área de Proteção Ambiental (Apa). Atualmente a Apa é gerida pela Prefeitura da Serra. Em 2018 a Apa, que tinha 3.470 hectares foi reduzida para 2.389 hectares, provocando crítica de ambientalistas.
Responsável pela redução o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES (Idaf), alegou que ao fazer levantamento topográfico da Apa em 2010, notou que a mesma excedia o maciço rochoso, então foi preciso readequar as dimensões. A redução foi aprovada na Assembleia Legislativa e teve o apoio da Prefeitura da Serra.
Ambientalistas tinham a esperança que, se mantido o tamanho original, os alagados do entorno do Mestre Álvaro também contassem com o mesmo status jurídicos do proteção ao morro.
Levantamento fundiário feito também pelo Idaf por volta de 2010, apontou que há pelo menos 121 propriedades privadas no maciço, ou seja, na porção que segue dentro da Apa. Recentemente a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Serra (Semma) recebeu R$ 641, 9 mil de compensação ambiental da rodovia do Contorno do Mestre Álvaro (BR 101) para atualizar esse cadastro fundiário.
Além do impacto da nova rodovia, que funcionará como barreira para animais que circulam entre o Mestre Álvaro e as matas das regiões rurais de Queimado e Aroaba na Serra e Duas Bocas em Cariacica, o morro também tem problemas com caça, queimadas, lixo e pressão imobiliária.
Como visitar
Apesar de receber aventureiros, estudantes e curiosos de diversas partes, até hoje a montanha não recebeu infraestrutura para visitação. Do topo do Mestre Álvaro avista-se não só a Grande Vitória, como parte do litoral e das montanhas capixabas.
Não obstante a falta da infraestrutura, é possível visitar o Mestre Álvaro e ir até o topo. Mas é preciso condição física, roupa, calçado e provisões adequadas de água e alimento. E, principalmente, ir acompanhado de quem conhece as trilhas.
As ongs Guardiões do Mestre e Amigos do Mestre Álvaro fazem visitas monitoradas. O contato da Guardiões é (27) 99631 – 2337 (Júnior Nass) e da Amigos (27) 99790 – 8261 (Bismarck Ferreira).