Clarice Poltronieri
A paralisação nacional dos caminhoneiros, que durou 10 dias, trouxe prejuízos à economia da Serra e do Estado. Um dos setores fortemente castigados foi a indústria, carro-chefe da economia serrana e que retoma as atividades gradativamente.
Segundo a assessoria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a estimativa é de o setor leve no mínimo 30 dias para retomar o pleno funcionamento e que esse impacto freia os ritmos de contratações no setor, que liderou a geração de empregos no estado no 1° trimestre.
A estimativa da Findes é que os dez dias de paralisação deram um prejuízo de R$500 milhões no Estado. No ápice da crise, 70% das indústrias tiveram algum tipo de paralisação (total ou parcial), mas não foi detalhada a porcentagem de funcionamento atual.
Na Serra o prejuízo ficou na casa dos R$70 milhões. Ainda durante a greve, o 1° vice-presidente da Findes, José Carlos Zanotelli, calculou que o prejuízo era de R$ 7 milhões por dia nas 2,5 mil indústrias instaladas no município.
Diesel
Uma das pautas dos caminhoneiros atendidas pelo Governo era a redução de R$ 0,46 do preço do diesel nas bombas. A assessoria de imprensa da Prefeitura disse que o Procon municipal já recebeu denúncia de posto que não está cumprindo e que fará fiscalização nesta sexta (08).
O proprietário de um posto na Serra disse, sob anonimato, como essa medida afeta os postos. “Hoje vendo o litro R$0,03 a menos do que paguei e tenho que arcar com o prejuízo, senão a multa é alta. O certo seria ter um prazo para acabarmos com o estoque antes da redução. Para não ficar no vermelho, os postos estão reduzindo os custos de várias formas: diminui funcionário, fecha mais cedo. Meu foco aqui não é diesel, mas os postos que vivem disso estão mal. No meu caso, penso até em deixar de vender o diesel se continuar desse jeito”, aponta.
O Sindicato dos Postos (Sindipostos) também é contra a política do governo de reduzir o diesel.