O prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), anunciou que o Hospital Materno Infantil, em Colina de Laranjeiras, será aberto ao público com pleno funcionamento de suas atividades em janeiro de 2022. A previsão de início dos atendimentos na maternidade foi dada pelo chefe do Executivo municipal durante entrevista concedida ao Jornal Tempo Novo, na última quinta-feira (18). A unidade hospitalar terá uma gestão “privada”, através de Organização Social (OS), contratada pela Prefeitura.
De acordo com Vidigal, o Materno Infantil entrará em funcionamento como maternidade de risco habitual e risco alto. Também ofertará cirurgias pediátricas e ginecológicas, além de atendimento especializado às vítimas de violências doméstica, através de um centro de referência. A previsão é que, no máximo, até janeiro de 2022 a unidade esteja aberta ao público e já realizando partos, além dos outros serviços.
“[Estamos transferindo para o hospital] a maternidade de risco habitual, que está em Carapina; terá também de risco alto, que talvez não atenda à demanda que o Estado precisa, mas pelo menos vai atender a Serra. E vamos incluir cirurgias ginecológicas. Serão 20 leitos para cirurgia ginecológica, além de dez leitos para cirurgia pediátrica. Teremos também um centro de referência para atender mulheres vítimas de violência sexual”, detalhou o prefeito.
Até o mês de setembro deste ano, o Materno Infantil estava sendo gerido pelo Governo do Estado, através da Associação Evangélica Beneficente Espírito Santense (AEBES) – a mesma OS que administra o Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, em Morada de Laranjeiras. Os planos do governador Renato Casagrande (PSB) eram de colocar a unidade, que foi construída pela Prefeitura da Serra e doada pela gestão passada ao Estado, para funcionar apenas como maternidade de risco alto.
Entretanto, Sergio Vidigal decidiu não efetivar a doação e, dessa forma, o hospital voltou a ser de responsabilidade da Prefeitura da Serra. Após assumir a gestão, a administração municipal pretendia abrir a maternidade ainda em outubro, o que não ocorreu devido a trâmites legais que precisam ser efetivados.
“O Governo do Estado nos devolveu oficialmente o Materno Infantil no mês de setembro. Com um problema: não patrimonializou tudo aquilo que recebeu. E nós precisávamos desses dados porque estavam lá as plaquinhas só do Governo do Estado, mas a Prefeitura deixou lá um quantitativo de equipamentos que também por erro da gestão passada não levou em consideração na hora de fazer a cessão do hospital”, explicou Vidigal.
Ainda de acordo com o prefeito, também houve mudanças nos atendimentos que serão ofertados. “A gente mudou um pouco a concepção, porque a concepção que o Estado ia fazer era só de maternidade de risco alto. Quando a prefeitura entregou o equipamento ao Estado, o Estado trabalhou só maternidade de risco alto. Agora, teremos risco alto, baixo e outros atendimentos específicos. A previsão é de até o final de janeiro a gente já estar em condições de funcionar dentro desses serviços.”
Centro de referência para mulheres vítimas de violência sexual
Uma das novidades que serão implantadas no Hospital Materno Infantil é o Centro Estadual de referência no atendimento às mulheres vítimas de violência sexual. “Porque o que acontece hoje é que as mulheres vítimas de violência sexual são atendidas em uma unidade normal. Já é um constrangimento para ela a própria ação. Imagine ela sendo atendida em um local onde estão todos os pacientes. Então vai ser feito o centro de atendimento, 24h, 7 dias por semana, que vai acompanhar não somente aquele momento como também todo o processo pós estupro”, anunciou Vidigal.
Estado e Governo Federal vão ajudar a financiar hospital
Com uma estrutura gigantesca, o Hospital Materno Infantil pode custar cerca de R$ 10 milhões por mês. E para manter a unidade em funcionamento, a Prefeitura da Serra deve contar com ajuda dos governos estadual e federal. O Estado deve pagar R$ 5 milhões por mês para a maternidade de risco alto. Já o Ministério da Saúde enviaria verba para a manutenção do atendimento às mulheres violentadas.
Além disso, o Município também vai transferir o gasto de R$ 2.5 milhões da Maternidade de Carapina para o Materno Infantil. “[Falei] ao governador que queremos fazer um processo seletivo tripartite: município entra, estado entra e governo federal entra também. Já se preparando para o futuro da gestão plena da saúde. Uma cidade com mais de meio milhão de habitantes precisa ter seu sistema próprio de atendimento à saúde. Lógico que não tem condições de financiar sozinho, mas em uma situação tripartite o Governo federal já remunera. O município fazendo a nossa, e o Estado fazendo a dele vai permitir que os pacientes que entrem na minha rede tenham uma retaguarda de atendimento melhor”, enumerou o prefeito.