Um guarda municipal da Serra foi preso temporariamente na manhã desta quarta-feira (6), suspeito de repassar drogas apreendidas – mas não oficialmente registradas – a integrantes de uma facção criminosa chamada Tropa do Urso, que atua em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. O nome do servidor investigado não foi divulgado pelas autoridades.
A prisão ocorreu durante o cumprimento de mandados nas operações Brutus e São Sebastião, deflagradas de forma simultânea pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-ES) e pela Delegacia de Combate à Corrupção (Decor-ES), com apoio da Corregedoria da Guarda Municipal da Serra.
A casa do Guarda da Serra também foi alvo de busca e apreensão. Segundo a polícia, celulares e armas foram recolhidos durante a ação.
Em nota enviada ao Tempo Novo, a Prefeitura da Serra informou que não compactua com qualquer prática criminosa e adota uma política de tolerância zero em relação a condutas ilícitas praticadas em qualquer âmbito do município.
“Desde que tomou conhecimento das suspeitas, a Secretaria de Defesa Social da Serra (SEDES) acionou a Corregedoria da Guarda para acompanhamento das investigações policiais e instauração do processo administrativo disciplinar contra o servidor. Com a prisão do agente, ele segue prestando esclarecimentos à Polícia Federal e à Corregedoria”, informou a Prefeitura.
A Prefeitura da Serra disse ainda que continuará acompanhando o andamento das investigações e, após a conclusão do processo administrativo, adotará as medidas legais cabíveis, podendo chegar à expulsão do servidor da Corporação. “Reforçamos nosso compromisso com a ética, a legalidade e a segurança da população, colaborando integralmente com as autoridades responsáveis para que os fatos sejam devidamente apurados e os responsáveis punidos com o rigor da lei”, finaliza a nota.
Operação contra Guarda da Serra tem alusão à traição

O nome da Operação Brutus faz referência ao personagem histórico conhecido por trair pessoas próximas. De acordo com as investigações, o guarda teria traído a confiança do Estado ao se aliar a criminosos e agir em desacordo com as obrigações do cargo público que exercia.
A conduta atribuída ao servidor representa, segundo a polícia, uma quebra grave do dever institucional, já que ele é suspeito de colaborar com o tráfico em vez de combatê-lo.
Força Integrada de Combate ao Crime Organizado
As ações policiais desencadeadas na FICCO são produto de cooperação interagências, com foco na inteligência de segurança pública.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (FICCO/ES), coordenada pela Polícia Federal (PF), é composta pelas Polícias Militar (PMES), Civil (PCES), Penal (PPES), pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), e pelas Guardas Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana.

