Frentista da Serra foi perseguido e assassinado por causa de briga no trânsito

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Polícia Serra Criminosos Bandidos Frentista
Crédito: Divulgação
Polícia Serra Criminosos Bandidos Frentista Briga no trânsito
O frentista da Serra foi perseguido e assassinado por causa de briga no trânsito, de acordo com a Polícia Civil. Crédito: Divulgação

A Polícia Civil (PCES) concluiu nesta terça-feira (5) o inquérito sobre a morte do frentista Leandro Assis Ferreira, de 28 anos. A investigação aponta que o trio suspeito chegou a perseguir a vítima momentos antes de matá-la em uma distribuidora no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra – estão presos.

O crime ocorreu no dia 1º de outubro do ano passado e segundo o delegado chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra e responsável pelo caso, Rodrigo Sandi Mori, foi motivado por uma discussão no trânsito. Na imagem da esquerda para a direita estão: Fabrício Bahia Quirino, Elissergio da Silva Gonçalves e Stanley Faria Fagundes.

O inquérito aponta que a discussão foi iniciada após o frentista Leandro, que tinha o carro rebaixado, invadir a faixa da direita ao tentar desviar de um relevo no asfalto. “Ocasionando uma fechada no veículo Fiat Palio, que estava sendo guiado pelo Fabrício, com o Stanley no banco do carona e o Elissergio no banco de trás”, explica o delegado Sandi Mori.

Nas imagens da câmera de vídeo monitoramento é possível ver o momento em que o veículo de Leandro, o Fiat Uno, está lado a lado com um Fiat Palio, que é o dos agressores. “É possível notar uma discussão acalorada entre a vítima e os ocupantes do veículo, onde eles tiveram uma troca de ofensas. A discussão perdurou até após o semáforo que acesso à 3ª Delegacia Regional da Serra”.

Os veículos seguiram sentido Rotatória do Ó, onde Leandro parou com a esposa em uma distribuidora e se encontrou com alguns amigos, conforme apurado pelo Jornal Tempo Novo.

“Os ocupantes do Palio não estavam armados no momento, senão Leandro teria morrido logo ali, na hora em que parou o veículo”, afirmou o delegado.

Já o trio retornou para o bairro José de Anchieta, onde Stanley e Fabrício atuavam no tráfico de drogas, e buscaram um revólver calibre .38 na casa de um deles. “Com a arma em mãos decidiram refazer o mesmo trajeto feito pela vítima após a discussão e o encontraram na distribuidora. Neste momento, Stanley desembarcou do veículo, se aproximou da vítima, segurou pela gola da camisa e efetuou o primeiro tiro a queima roupas”, detalha o responsável pela investigação.

Após a vítima cair no chão, Stanley efetuou mais quatro disparos de arma de fogo que atingiram Leandro nas costas. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e evoluiu a óbito.

O trio retornou para o carro e deixaram Elissergio na casa em residia, localizada no bairro Residencial Centro Serra. Fabrício e Stanley guardaram o veículo, pegaram uma motocicleta e seguiram para o município de Vitória, onde beberam até o dia amanhecer.

Prisões de criminosos que mataram frentista na Serra

O veículo utilizado no crime contra o frentista foi encontrado com a ajuda das câmeras de vídeo monitoramento, que identificaram a placa do veículo utilizado no crime. O carro estava no nome de Fabrício. “Na época do crime ele estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, que possuía o registro de deslocamento inteiramente compatível com o trajeto realizado pelo veículo”.

Fabrício foi detido no dia 3 de dezembro do ano passado durante uma operação policial no bairro José de Anchieta. O suspeito estava saindo de um bar, momento em que foi abordado, com ele foram apreendidas drogas, uma balança de precisão e material para embalo e preparo de drogas.

Após a prisão de Fabrício, os outros dois envolvidos foram identificados pela Polícia Civil. Elissergio foi preso no dia 20 de dezembro enquanto chegava em casa. Um mês depois, o último do trio, Stanley foi detido no bairro Jucutuquara, em Vitória, enquanto saia da residência onde estava domiciliado.

De acordo com o delegado, os três foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil. Fabricio e Stanley também respondem por porte ilegal de arma de fogo. “Fabrício e o Elissergio confessam a sua participação no crime, já Stanley negou a participação no crime em depoimento. Temos provas suficientes da participação dele no crime, incluindo testemunhas”.

Carro vendido

Fabrício Bahia Quirino foi preso anteriormente em virtude de um mandado de prisão oriundo da comarca de Santa Tereza pelo crime de roubo no dia 17 de agosto de 2023. Por decisão judicial ele foi colocado em liberdade mediante o uso de tornozeleira eletrônica. O assassinato de Leandro foi cometido 45 dias após ele ser colocado em liberdade.

Conforme destaca o titular, através de dados extraídos do telefone de Fabrício após a segunda prisão, foi descoberto que um dia após o assassinato de Leandro, ele tentou se desfazer do carro utilizado no crime. “Ele mandou uma mensagem para um amigo falando que tinha que se livrar do carro, e o amigo por sua vez responde com um áudio pedindo para ele bater foto do veículo que iriam dar um jeito de passá-lo para frente”.

Doutor Rodrigo Sandi Mori conta que o veículo chegou a ser alugado para um motorista de aplicativo antes de ser vendido. “Tivemos toda a cautela para não realizar uma abordagem desnecessária e acabar atrapalhando a investigação. Depois descobrimos com a ajuda da DHPP de Linhares que ele o veículo tinha sido vendido para um morador de lá. Assim conseguimos rastrear Fabrício”.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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