O que era para ser um dia de lazer terminou em tragédia na Serra. Uma família que voltava da praia de Balneário de Carapebus teve o carro alvejado por criminosos na tarde deste domingo (24). Dentro do veículo estavam um homem, uma mulher grávida e uma criança de seis anos. A menina, identificada como Alice Rodrigues, foi atingida por tiros na cabeça e não resistiu.
Segundo as investigações, a família seguia em um Peugeot quando foi confundida com integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP). Um olheiro teria passado a informação errada aos criminosos, que usaram um Fiat Argo branco, alugado apenas para a ação. De dentro do veículo, os atiradores dispararam diversas vezes contra o carro da família.
Da noite de domingo até a manhã desta segunda-feira (25), seis pessoas foram presas, entre elas executores, mandantes, olheiros e até uma advogada que teria dado apoio ao grupo criminoso. As apurações estão sob responsabilidade do delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
Guerra de facções na Serra
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o crime está ligado ao confronto entre o TCP e o Primeiro Comando de Vitória (PCV), que já vinham promovendo ataques desde sábado (23). O secretário de Segurança, Leonardo Damasceno, afirmou que a ocorrência recebeu prioridade máxima desde o registro no Ciodes. A Força Tática do 6º Batalhão realizou as primeiras prisões logo após o ataque, que depois foram ampliadas com a ação integrada das polícias Civil, Militar e Científica.
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Entre os detidos estão dois mandantes, um executor, um olheiro, uma pessoa responsável por dar fuga e a advogada, esposa de um dos líderes da facção. Na casa dela, foram apreendidas munições de fuzil e calibre 9mm. “Nós já temos os autores materiais, os mandantes e pessoas que auxiliaram no crime. Essa foi a determinação do governador: dar uma resposta rápida e vigorosa”, disse Damasceno ao Portal Tempo Novo.
Laudo pericial sobre o ataque a tiros
A Polícia Científica constatou que Alice foi atingida por um disparo na região occipital direita, com saída pela auricular esquerda. O laudo ainda aponta ao menos quatro perfurações na lataria do carro da família, além de vidros quebrados e marcas de sangue no banco traseiro. Já o Argo usado pelos criminosos apresentava 18 perfurações de dentro para fora, confirmando que os tiros partiram de dentro do veículo.
As investigações continuam para identificar todos os envolvidos. “Não vamos parar até que todos paguem por essa barbárie. Foi um ataque covarde que tirou a vida de uma criança inocente, vítima de uma guerra insana entre facções”, disse o secretário de Segurança Pública.
