Exportações da Serra atingem recorde em setembro, puxadas pelo mercado dos EUA

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As listas de isenções de Trump afastaram o risco de uma crise comercial na relação entre os exportadores da Serra e os EUA. Foto: Divulgação.

A Serra voltou a ultrapassar a marca dos 100 milhões de dólares em exportações destinadas ao seu maior parceiro comercial: os Estados Unidos. A notícia é positiva para a economia exportadora da cidade, especialmente porque o comércio com os norte-americanos puxou para cima o resultado de setembro, consolidando-o como o melhor mês do ano até o momento nos dados gerais. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Na prática, a Serra retoma os patamares de exportações anteriores à sobretaxa de 50% sobre as vendas destinadas aos EUA, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump em julho e colocada em vigor no mês de agosto. A boa saúde comercial entre a Serra e os EUA foi determinante para que a cidade exportasse um total de US$ 187,7 milhões em setembro, um resultado 9,7% superior ao mesmo período do ano passado e o melhor desempenho de 2025 até agora.

Exportações totais da Serra por mês – ES (2025, Valor US$)

  • Setembro: US$ 187.730.665
  • Janeiro: US$ 181.821.553
  • Julho: US$ 173.018.249
  • Junho: US$ 154.534.824
  • Maio: US$ 150.235.424
  • Agosto: US$ 149.495.295
  • Março: US$ 138.039.248
  • Fevereiro: US$ 129.332.333
  • Abril: US$ 95.104.707

A retomada das exportações da Serra para os EUA em patamares próximos ao período pré-tarifação afasta os cenários mais pessimistas, que previam uma conjuntura de grande dificuldade econômica em cadeia. Isso porque os Estados Unidos, historicamente, são de longe o maior parceiro comercial da Serra.

Se for considerar apenas a relação da cidade com o mercado norte-americano, setembro foi o 4º melhor mês de 2025, alcançando US$ 104,8 milhões em vendas. Esse montante representou 55,9% de tudo o que a Serra exportou para fora do país. A última vez que a cidade havia superado a marca de 100 milhões de dólares em exportações aos EUA foi em março, quando registrou US$ 114,4 milhões.

O resultado positivo foi impulsionado pela lista de isenções das sobretaxas divulgada em agosto, que beneficiou diretamente as exportações do município. Antes disso, em julho — mês em que Trump anunciou a taxação ao Brasil —, as exportações da Serra haviam despencado para US$ 59,7 milhões, gerando forte apreensão na economia local, dado o peso expressivo do mercado norte-americano para a cidade.

Exportações da Serra – ES para os Estados Unidos (2025, Valor US$)

  • Janeiro: 140.650.002
  • Março: 117.276.553
  • Fevereiro: 114.434.939
  • Setembro: 104.848.988
  • Maio: 91.688.443
  • Junho: 87.860.245
  • Agosto: 83.287.602
  • Abril: 81.184.486
  • Julho: 59.725.322

Para se ter uma ideia da importância do mercado norte-americano na economia da Serra, o segundo parceiro comercial da cidade em setembro foi o México, que comprou US$ 25,2 milhões, seguido pela Turquia (US$ 18,6 milhões), Argentina (US$ 14,7 milhões) e, fechando os cinco primeiros, a Colômbia (US$ 5,4 milhões).

Os produtos mais exportados pela Serra continuam sendo os ligados à siderurgia, produzidos pela maior empresa instalada no município, a ArcelorMittal. Esses itens, classificados como “metais comuns e suas obras”, representaram 78% das exportações da cidade em setembro, sendo a maior parte destinada aos EUA. Vale lembrar que Trump isentou da sobretaxa o ferro-gusa, um dos principais produtos exportados pela ArcelorMittal Tubarão.

Além da siderurgia, outro destaque das exportações da Serra está no setor de rochas ornamentais, que respondeu por 11,3% do volume em dólares exportado. Apenas para os EUA, em setembro, foram vendidos US$ 16,36 milhões. Esse segmento também foi parcialmente beneficiado pelas isenções, especialmente em produtos de quartzo.

Foto de Yuri Scardini

Yuri Scardini

Yuri Scardini é diretor de jornalismo do Jornal Tempo Novo e colunista do portal. À frente da coluna Mestre Álvaro, aborda temas relevantes para quem vive na Serra, com análises aprofundadas sobre política, economia e outros assuntos que impactam diretamente a vida da população local. Seu trabalho se destaca pela leitura crítica dos fatos e pelo uso de dados para embasar reflexões sobre o município e o Espírito Santo.

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