Clarice Poltronieri
Já pensou lançar foguetes em plena praça do bairro? Pois foi o que aconteceu na Praça dos Pescadores, em Nova Almeida. Os autores do feito são o professor Edmar Guimarães Manduca e seus alunos de 7º e 8º anosda Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Valeriana Rosa Cezar.
Apaixonado por astronomia e astronáutica, Manduca, diz que se inspirou na Mostra de Foguetes da Olimpíada Brasileira de Astronomia (Oba).Levou a ideia para a Emef Valeriana, onde teve o apoio para realizar o projeto.
“Comecei a participar da Oba e decidi desenvolver trabalhos na escola. Este é o primeiro ano que faço foguetes aqui e foi um sucesso, pois 104 alunos participaram e as equipes fizeram 37 foguetes. Fiquei surpreso com a empolgação e participação de alunos, principalmente aqueles que costumam não dar retorno nas atividades convencionais da escola”, frisa.
Ele explicou que para construir e lançar os foguetes usou materiais recicláveis (garrafas pet, papelão, cano PVC), fita adesiva e uma bomba de encher pneu para fazer pressão no lançamento. O recorde de distância de lançamento foi de 49 metros.
Para os alunos, a aula foi incrível. Rikelmy Rodrigues, 14 anos, nem sabia o que era astronomia. “Nunca tinha ouvido falar em astronomia e o professor trouxe esse trabalho legal. Não sabia que era tão fácil fazer um foguete e fiquei impressionado em ver que colocando água ele ia mais longe”, relatou.
Kayky Pereira, 14 anos, também curtiu. “Foi fácil construir. Fizemos o foguete com garrafa pet, depois enchemos ele com água e colocamos numa base de cano. Aí foi só fazer pressão com a bomba para ele voar”, detalhou.
Alex Junior Magalhães, 15 anos, aprendeu bem a matéria. “Para mim esse trabalho foi divertido, pois tivemos que sair da escola para lançar os foguetes. E o professor fez o lançamento sem água e nós fizemos com água que vai bem mais longe. Me deu vontade de aprender mais”, aponta.
A pedagoga da escola, Cleide Divino, disse que o projeto estimulou muito os alunos. “Toda a escola participou e os alunos ficaram muito empolgados, com desejo de aprender. Precisamos de ideias assim, pois aqui falta apoio e projeto para os jovens. Muitos acabam indo para o mundo das drogas. Só este ano perdemos três alunos para a violência”, lembra.