Bruno Lyra
O corte da restinga da praia do Solemar em Jacaraípe feito pela Prefeitura, com autorização do Estado, é alvo de crítica de entidades que ajudaram na recuperação do local.
Presidente da Associação de Surf do Estado do Espírito Santo (Ases), Flávio Ferreira ‘Minotauro’ Siqueira, disse que entidade não é contra a poda da vegetação feita para atender a demanda de segurança apontada por alguns moradores e comerciantes, mas critica a forma como foi feita.
“Não deveria ter sido feito corte raso e sem o manejo dos animais que habitam o local. Foram cortadas plantas nativas e deixadas exóticas. Era preciso fazer uma jardinagem podando galhos que impediam a visualização da praia, mas mantendo as espécies nativas”, pontua.
Segundo Flávio, a Ases iniciou a recuperação da restinga do local em 2001, sempre sob orientação da própria prefeitura da Serra ou de técnicos de empresas que foram parceiras, como Aracruz Celulose (atual Fíbria), Infraero e Cesan. “É mentira que só foram retiradas espécies exóticas”, afirma.
A assessoria de imprensa do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES (Idaf), órgão que deu a autorização para o corte, disse que a fiscalização estive no local na última terça-feira (10) e constatou que o corte estava dentro da lei, sem afetar espécies nativas.
O presidente do Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff), Claudiney Rocha, contesta. “Essa afirmação é tão absurda que vi lugares onde deixaram pés de yuca, planta exótica, e cortaram aroeira que é nativa. Foi crime ambiental. Formalizamos uma denúncia no Ibama e faremos isso também no Ministério Público”, acrescenta.
Já a Prefeitura da Serra, através de sua assessoria de imprensa, disse que toda a ação foi feita dentro da lei, com autorização do Conselho Regional de Meio Ambiente e Idaf. Acrescentou que foram retiradas apenas vegetação exótica e que irá introduzir a planta nativa ipomeia no local. Disse ainda que bandidos estavam se escondendo no local e ameaçando a segurança da comunidade.