Clarice Poltronieri
Com as novas tecnologias e a internet, uma tendência crescente nas faculdades do estado e do país é a Educação à Distância (EaD),que em algumas faculdades chegou a quadruplicar o número de alunos em 2017. Mas se ainda há preconceito no mercado de trabalho, ele vem sendo quebrado aos poucos à medida que essa modalidade de ensino vai ganhando mais adeptos.
Moradora de Maringá e estudante do 7° período de Serviço Social, Milleide Oliveira Leandro percebe ainda esse preconceito. “Ainda percebo um preconceito. Comecei em curso presencial, mas consegui bolsa em EaD e tenho achado mais prático. Até o momento, só fiz o estágio obrigatório e trabalho em outra área, mas acredito que para quem é esforçado não falta oportunidade. Minha mãe mesmo estudou graduação e pós graduação em História via EaD e hoje é diretora pedagógica em uma escola particular”, aponta.
Renata Barcelos, de Barcelona, fez faculdade à distância porque precisava cuidar dos filhos e hoje preside uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que criou com amigas, a Interfami.
“Comecei um curso presencial, mas com dois filhos pequenos era mais barato e prático a EaD. No estágio obrigatório da faculdade Pedagogia me envolvi com a situação dos alunos das escolas públicas do bairro e junto com amigas criamos a Interfami com um ano de curso. Depois de formada conciliei a Oscip com trabalho em escolas da prefeitura e dei aula em curso de pós-graduação, mas no momento me dedico somente à instituição. Estudar à distância demanda disciplina e dedicação”, lembra.
O diretor da Super Estágios, empresa que encaminha estagiários para o mercado de trabalho, Luciano Milanez, afirma que alguns empregadores ainda têm preconceito, mas levanta os pontos positivos do estudante em EaD.
“Há casos raros de empresas que não querem esses estagiários. A percepção é de que tem aumentado muito esse tipo de estudante e de que, quando avança com o curso, é mais disciplinado e organizado. Há muitos nos cursos de Administração, Comunicação e licenciaturas. Já cursos como Engenharia, Informática ou outros com mais demanda de laboratório, as empresas não querem estudantes de EaD”, revela.
Um dos coordenadores da EaD da faculdade Pitágoras, José Edson Mora, diz que 100% dos alunos de licenciatura entram no mercado de trabalho.
“Esses alunos já conseguem estágio remunerado nas prefeituras a partir do 3º período e 100% conseguem contratos depois de formados. A demanda pela EaD cresceu 400% em 2017 e a tendência é ter oferta de mais cursos, tanto na graduação quanto na pós. No polo de Linhares, por exemplo, cresceu a procura por Agronomia e Nutrição”.