
O empresário Valdinei Coelho Oliveira, de 52 anos, foi indiciado pela Polícia Civil por matar a tiros o genro, Victor Hugo da Silva Nascimento, de 25 anos, na frente da residência onde o jovem morava com a esposa e os dois filhos, em Carapebus, na Serra. O crime aconteceu no dia 11 de fevereiro deste ano e, segundo a polícia, foi motivado por uma suposta ameaça que Victor teria feito à esposa, filha de Valdinei.
A investigação foi concluída nesta quinta-feira (5) e revelou versões conflitantes sobre o que teria motivado o assassinato. Segundo a Polícia Civil, Victor Hugo foi morto com quatro disparos de arma de fogo. Testemunhas relataram que o jovem estava do lado de fora da residência, tentando contato com a esposa, quando foi surpreendido pelo sogro, que chegou ao local em alta velocidade e já saiu do veículo atirando.
Victor ainda tentou fugir, correndo para o outro lado da rua, mas acabou caindo na calçada após tentar pular um muro. Nesse momento, conforme o inquérito, Valdinei se aproximou e efetuou mais tiros, atingindo o genro no antebraço, tórax e quadril.
Já a versão do empresário é diferente. Em depoimento à Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, onde compareceu voluntariamente no dia seguinte ao crime, Valdinei disse que recebeu uma ligação de Victor Hugo com ameaças de morte contra sua filha. Ele afirmou ter ligado para a Polícia Militar antes de pegar uma arma e seguir até a casa da filha.

Segundo Rodrigo Sandi Mori, chefe da DHPP, o empresário declarou que encontrou o genro alterado, forçando o portão para entrar. Valdinei alegou que a vítima simulou estar armada e avançou contra ele, o que teria motivado os disparos. Após o ocorrido, o empresário se apresentou à Delegacia, onde entregou sua arma e prestou depoimento.
“Por ele ter se apresentado na delegacia, entregado arma de fogo, ter bons antecedentes, trabalho lícito e residência fixa, não possui os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva até o presente momento”, explicou o delegado ao Jornal Tempo Novo.
A investigação também apontou que o relacionamento entre Victor Hugo e a esposa era instável, marcado por episódios de violência e reconciliações. Segundo a esposa da vítima, os dois estavam juntos desde os 15 anos e haviam se separado e reatado diversas vezes, inclusive após ela ter conseguido uma medida protetiva.
Para a PC, a esposa de Victor, relatou ter sofrido agressões e registrado as marcas. E também contou já ter agredido Victor de volta. Na noite anterior ao crime, Victor teria saído para beber com amigos e, ao retornar, foi impedido de entrar em casa pela esposa, que havia decidido encerrar o relacionamento.
Com base nos depoimentos e nas evidências reunidas, a Polícia Civil indiciou Valdinei por homicídio qualificado por impossibilidade de defesa da vítima, além de porte ilegal de arma de fogo. O empresário já responde como réu em ação penal e permanece em liberdade.