Eleições 2022: maioria é contra o retorno das coligações proporcionais

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Políticos defendem adiamento da eleição. Foto: Divulgação

 

Políticos capixabas não querem ver o retorno das coligações partidárias, assunto que está em pauta no Congresso Nacional. Alguns presidentes de partidos e liderança ouvidos pela reportagem acreditam ser um retrocesso a volta das coligações nas eleições 2022.

É o caso do presidente da Câmara, Rodrigo Caldeira (PRTB). Ouvido pela reportagem, ele disse que líderes partidários que não cuidam das suas legendas veem como a salvação para garantir vagas nas eleições.

Rodrigo Caldeira. Foto: Gabriel Almeida

“Mas quem toma conta do seu partido consegue montar sua chapa sem a coligação. Também penso que com a coligação vamos ter menos disputa. Isso porque se cada partido tiver a chapa cheia com certeza vamos ter muito mais candidatos e a competitividade fica muito maior. E com a coligação, cinco seis partidos montam uma coligação e uma chapa. E isso vai diminuindo o número de candidatos, o que enxuga bastante a competitividade. Mas ainda sobre os presidentes das siglas, quem toma conta do seu partido com cuidado não terá dificuldade para montar chapa”, lembrou.

Jackeline Rocha é presidente do PT. Foto: Divulgação

A presidente estadual do PT, Jackeline Rocha é contra. “O retorno das coligações prejudica o fortalecimento dos Partidos na discussão de seus programas e ideologias, pois os partidos de unem somente para o resultado eleitoral e não para a defesa da sociedade ou Estado que queremos, Fazendo com que muitas siglas se tornem partido de alugueis nas eleições infelizmente, com candidatos que discordam totalmente um do outro dentro da própria coligação”, disse.

Ela acrescentou que o PT sempre se posicionou pelo fortalecimento dos partidos e da democracia, por isso publicamente nosso posicionamento é contrário às coligações.

“Mas visto o risco do congresso de votar um sistema que prejudica a participação de mulheres, negros/as e minorias implementando o distritão, foi preciso fazer um acordo para garantir que o distritão não passasse. A derrota do distritão e a volta das coligações é para evitar ainda mais retrocessos. Nossa luta continua para que nas eleições de 2022 sejam democráticas e que garanta a proporcionalidade. Lutaremos para que não haja as legendas de aluguel, frisou.

Charles Nunes é presidente do Patriota. Foto: Divulgação

Charles Nunes é presidente municipal do Patriota. Ele disse que o retorno das coligações é um retrocesso para a política nacional. “Para o fortalecimento da democracia, não pode mais existir partidos de aluguel e com a volta das coligações podem ter ainda muitos partidos de aluguel. Então ao invés de 28, podemos ter 32, 33 partidos e isso favorece a alguns medalhões que podem entrar na última hora numa coligação simplesmente para ser eleito. No meu ponto de vista isso não favorece aos partidos políticos e nem à democracia”, avaliou.

Sueli Vidigal. Foto: Divulgação

Presidente municipal do PDT, a primeira-dama da Serra, Sueli Vidigal, também avalia como retrocesso. “O retorno das coligações vejo como um retrocesso porque ela não respeita o voto do eleitor, que vota no candidato e não na coligação”, resumiu.

Barriga de aluguel:

Gilson Gomes Filho é advogado, especialista em Direito Público. Foto: Divulgação

O advogado Gilson Gomes Filho, que é especialista em Direito Público, disse que o retorno das coligações facilitará os partidos na montagem de chapas, pois é necessário um número grande de candidatos.

“Por outro lado, é um pouco de retrocesso porque volta ao passado e há questionamentos da sociedade que vota em um candidato e pode eleger alguém de outro partido. Uma barriga de aluguel”, explicou.

O advogado acrescentou que o Senado é o grande freio para mudanças que a Câmara pretende fazer. “Sabendo que vai perder, a Câmara lançou várias alterações “coringa”, sabendo que algumas são nascidas mortas, para salvar outras que desejam.

É difícil afirmar que a volta das coligações ocorrerá, mas ela facilitará a vida de partidos e dará sobrevida a partidos que estejam com dificuldades.

Penso que para os senadores é melhor que não voltem as coligações, pois exigirá mais candidatos por partido e, com isso, ninguém explode na urna, se tornando um Senador em potencial”, finalizou.

Entenda:

De olho nas eleições 2022, deputados federais aceleraram as discussões mudanças nas regras eleitorais. Um dos pontos que têm chamado a atenção de políticos é a possibilidade de retorno das coligações, que foram proibidas nas últimas eleições municipais.

 

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Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 21 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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