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“É importante desengavetar projetos de combate à corrupção”

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Foto: Divulgação

O médico Gustavo Peixoto, referência em cirurgia bariátrica no Estado e pioneiro em transplante de fígado no Espírito Santo, fala nesta entrevista sobre privilégios na política, movimentos sociais, saúde pública entre outros assuntos. Professor universitário e diretor da Unimed Vitória, Dr Gustavo também é referência quando o assunto é cirurgia robótica. Já recebeu várias homenagens pela estruturação do Programa de Cirurgia Bariátrica pelo SUS e contribuiu com a gestão administrativa do Hospital das Clínicas.  Aqui ele conta como decidiu participar do Movimento Vem Pra Rua e sobre o que pensa a respeito do combate à corrupção e à impunidade.

O senhor é um médico com uma carreira notável, na rede pública e privada, é uma das referências na área da saúde no Espírito Santo e, nos últimos anos, além da medicina, o senhor tem se destacado como figura pública, se posicionado e participado ativamente de movimentos populares. Como isso começou?  

– Vivi uma experiência em 2013, quando o Hospital das Clínicas estava prestes a fechar as portas e eu fazia parte do corpo clínico. Buscamos a bancada federal para lutar e buscar recursos para manter o Hospital das Clínicas funcionando e a resposta era sempre a mesma: não tinha recurso para manter o único hospital federal do Espírito Santo funcionando. E o revoltante é que víamos um desperdício de recursos milionários sendo empregados em reforma de estádios, na manutenção de privilégios, entre outros investimentos sem importância. Era muito recurso público sendo jogado fora, enquanto a população, literalmente estava morrendo nos corredores dos hospitais. Faltava infraestrutura, profissionais, legislação aplicável para fazer a gestão funcionar. E eu não podia ficar de braços cruzados, só reclamando. Percebemos que era necessário participar de forma mais efetiva.

As manifestações, inicialmente contra o aumento do transporte público, foram crescendo, adquirindo diversas pautas. Como o senhor se viu participando do movimento Vem Pra Rua?

– Aprendi com meu pai desde pequeno, que deveria sempre lutar pelo que achava certo e não deveria ter medo de expor meus pensamentos.  Quando fui pela primeira vez nesses movimentos de rua, um ex-aluno da Ufes me viu e convidou para falar como estava a realidade no Hospital das Clínicas. Quando eu me vi, já estava no trio elétrico e compartilhando o caos que nós profissionais da saúde e os usuários vivíamos no dia a dia no hospital.

O Vem Pra Rua tinha umas pautas bem interessantes, as pessoas eram mais ponderadas, queriam realmente que o Brasil avançasse, mas com justiça social.   A grande bandeira era o combate à impunidade, que se transformou depois no fim do foro privilegiado e prisão em segunda instancia. Então, eu estava bem à vontade com esses temas que eu também pactuo.

A sociedade brasileira impõe como prioridade a eliminação de privilégios das autoridades. O que vemos hoje é uma disparidade na quantidade de privilégios que são “direitos adquiridos”. Qual a sua opinião sobre esses privilégios?

– É hora de acabar com os privilégios nos três Poderes. É inadmissível vivermos em um país com tanta desigualdade social e ainda termos autoridades com regalias como passagens aéreas, auxílio-paletó, alimentação, plano de saúde, aposentadoria, entre outros que saem do bolso dos brasileiros. Enquanto isso, o que vemos é uma distribuição de renda desigual, pessoas passando fome, cortes no orçamento de pastas importantes e fundamentais para o crescimento do país, como é o caso da educação.  Estima-se que para economizar 1 trilhão de reais, bastaria cortar privilégios do alto escalão dos três poderes. Imaginem se isso fosse investido na saúde preventiva?  Os privilégios sangram o país, são defendidos pela legalidade, mas são recheados de imoralidade.

Gostaria de saber a opinião do senhor sobre o foro privilegiado (julgamento especial de autoridades que ocupam cargos públicos).

Não tem como você viver em um país onde as pessoas vão cometer crimes, que usurpam o dinheiro público e não são punidas.  Acredito que, com a severidade de penas, se inibirmos o roubo e o desvio de recursos públicos, nós teremos um Estado muito mais produtivo e eficiente para todos. Quando você tem uma prerrogativa de foro privilegiado, com juízes te julgando que foram indicados pelos próprios políticos, institucionaliza o sistema de manutenção da impunidade no país. Não dá para acreditar que o Brasil vai dar certo assim.  É importante desengavetar projetos de combate à corrupção, e o fim do foro privilegiado é mais que necessário. Temos vários exemplos de países que, ao atacar a impunidade, conseguiram se desenvolver socialmente e economicamente.

O que motivou o senhor ser candidato em 2018?

– Eu avalio que todos os entraves que passei para ver uma gestão de saúde eficiente e qualificada me levaram estar mais próximo dos movimentos sociais e da política. Mas, o mais importante é a minha vontade de operar mais. Eu acho que tudo que eu fiz se resume a querer operar mais. Operar mais e atender um número maior de pessoas. Hoje eu entendo que se você não tiver gestão qualificada e normas adequadas de funcionamento, não adianta você estar lá com seu carimbo e sua caneta tentando salvar as pessoas.

Você precisa de infraestrutura, de logística, de normas que facilitem o desempenho profissional. O médico fica extremamente revoltado quando ele vê pessoas na porta do ambulatório dele no SUS tendo dificuldade de acesso, morrendo de doenças que daria para resolver. É impossível você ver isso e não querer participar de algo que possa mudar essa situação.

Quem é Dr. Gustavo Peixoto

– Médico pela Universidade Federal do Espírito Santo (1996)

– Residência Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

– Mestrado em Medicina (Gastroenterologia Cirúrgica) pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (2004) e Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

– Professor Adjunto do Departamento de Clínica Cirúrgica da UFES

– Especialização em gestão de Hospitais Públicos Federais (Instituto Sírio-Libanês)

– Atualmente, atua também como Diretor de Mercado da Unimed Vitória.

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