A arte tem sido a fuga de um menino portador de autismo que mora na Serra para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Guilherme de Oliveira Duarte, de André Carlone, usa o desenho como uma forma de afastar o estresse e a ansiedade enquanto as aulas não retornam.
A mãe de Guilherme, Quezia de Oliveira Pimentel Gustavo conta que o interesse do filho por desenhar começou há um ano. “Começou fazendo rabiscos e depois começou a pesquisar em vídeos do YouTube, como fazer desenhos profissionais. E assim foi desenvolvendo sozinho a habilidade”.
O menino que tem 13 anos, desenha de tudo, mas o tema preferido são personagens de desenhos animados, especialmente os japoneses, dentre eles o famoso Naruto. “Ele gosta de desenhar os bonecos dos jogos de vídeo games entre outros personagens dos desenhos animados. Quando percebi isso nele, o deixei bem a vontade fazendo as pesquisas e desenhando”, conta Quezia.
No entanto, a mãe frisa que sempre fica atenta observando os tipos de vídeos que ele está assistindo para que não seja nada que influência negativa.
“Essa tem sido a alegria dele e onde ele passa horas e horas desenvolvendo suas habilidades. Se ele estiver sentado desenhando faz questão de colocar os desenhos exposto para ficar olhando e interagindo com os desenhos e se mudar de ambiente dentro de casa ele leva os desenhos atrás”.
Quezia conta que o filho é um menino tranquilo, doce e amoroso. “Mas com a pandemia, sem ter aula, sem ter as atividades da Associação dos Amigos dos Autistas do ES (Amaes), e com a necessidade do isolamento social, Guilherme chega no máximo na varanda de casa. Ele sente muita falta dos amiguinhos e dos professores. A gente supre isso com as videochamadas e os desenhos que tem ajudado a distrair e passar o tempo de forma sadia”.
Guilherme acompanha atentamente as notícias sobre a pandemia da Covid-19, segundo a mãe Quezia. “Ele pesquisa, vê as novidades sobre as vacinas e acaba acompanhando as mortes também. No início, ele achava que todos os amigos tinham morrido com o vírus, mas conseguimos passar por cima disso, conversando e promovendo as videochamadas com as pessoas próximas dele”.
O pai, Gileno Duarte Gustavo vai além e disse que sem desenhar Guilherme fica ansioso, agitado e chora muito querendo falar com os amigos e com as professoras. “Quando desenha ele entra no mundo dele. A igreja, voltando com as atividades agora, também é uma fuga muito boa pois ele revê os amiguinhos na sala das crianças. Em casa, ele passa o dia desenhando”.