
Considerada uma dos maiores vítimas da epidemia dengue no ES atualmente, a Serra registrou na última semana 643 casos confirmados do vírus. Os dados foram divulgados pela Prefeitura da Serra nesta quinta-feira (18), e de acordo com a instituição, o número de ocorrências aumentou devido a uma subnotificação de casos na apuração da semana anterior, que indicou 485 casos confirmados. O bairro com maior número de incidências segue sendo Feu Rosa.
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Desde o início de janeiro até o dia 18 de maio de 2023, foram registrados 17.453 casos confirmados de dengue. Além disso, foram notificados 17.585 casos, sendo 132 descartados. Em comparação ao ano passado, o número de notificações era de 474, apresentando dessa forma um aumento de 3610%.
Do total de casos, três pessoas morreram, oito óbitos estão sendo investigados e quatro foram descartados. A Dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada.
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Tendo em vista os números altos, a cidade ainda está classificada pelos parâmetros do Ministério da Saúde, como município com alta incidência de casos nas últimas quatro semanas. Funciona assim: alta incidência, cidades com mais de 300 casos por 100 mil habitantes; média, de 100 a 300 casos por 100 mil habitantes e baixa com menos de 100 casos a cada 100 mil habitantes.
Se tratando da zika, a Serra notificou 78 casos, sendo dois confirmados em laboratório, 33 descartados, 17 gestantes com suspeita da doença e dois bebês com alterações neurológicas notificados. Em 2022, foram 15 casos. A chikungunya infectou 195 pessoas em 2023, contra 44 do ano passado. Os dados, assim como os de casos da dengue, também sofreram subnotificação e por isso há um relativo aumento em comparação com os resultados da última semana.
Veja bairros com maior casos de dengue em 2023
Embora o bairro de Feu Rosa ainda detenha a liderança dos números de incidências de dengue com 1640 casos, nas últimas 4 semanas o Bairro das Laranjeiras tem tido maior número de pessoas com vírus da dengue, sendo 199 casos somente nesse período.
Bairros com maiores casos confirmados de dengue em 2023 na Serra
- Feu Rosa – 1640
- Novo Horizonte – 899
- B. das Laranjeiras – 827
- A. Nova de Colares – 751
- Jardim Carapina – 647
- Carapina Grande – 459
- Cidade Continental – 458
- Planalto Serrano – 412
- Nova Carapina II – 375
- Central Carapina – 373
Bairros com maiores casos confirmados de dengue nas últimas 4 semanas na Serra
- B. das Laranjeiras – 199
- Feu Rosa – 157
- Novo Horizonte -147
- Jardim Carapina – 139
- Carapina Grande – 118
- A. Nova de Colares – 115
- Planalto Serrano – 91
- Cidade Continental – 85
- B. de Carapebus – 77
- Jardim Tropical- 77
Dengue no ES
Em todo o Espírito Santo, os casos de dengue já estão na faixa dos 69.870 casos confirmados da doença e 52 óbitos. A Chikungunya foram 1.489 casos confirmados e um óbito. Já os casos de zika são 491 e nenhuma morte registrada.
População deve fazer sua parte
O Tempo Novo conversou com a Superintendente em Vigilância em Saúde da Serra, Gabriela Gabriel de Almeida, que explicou o porquê do boom de casos de tempos em tempos na cidade.
A última grande epidemia que o município enfrentou foi em 2019, quando durante todo o ano foram 17.316 casos com dez óbitos confirmados. Antes disso, o ano que apresentou preocupação foi 2013, quando foram contabilizados 10.129 casos com dois óbitos confirmados.
No caso da dengue o período cíclico é sempre de outubro de um ano a maio do ano seguinte.
“O aumento de casos tem relação com o sorotipo circulante na região, que no caso da Serra, é o sorotipo 1 (DENV-1) aliado a questão da população suscetível a contrair a doença. Como que acontece isso? Uma pessoa que pega a dengue fica por um período de seis meses em média ou mais imunizado contra outro sorotipo. Você só pega um tipo de dengue e fica protegido por seis meses mais ou menos dos demais sorotipos, depois disso volta a ficar suscetível”.
“Aqui na Serra, com epidemia ou sem epidemia, sempre coletamos amostras de pacientes e enviamos para o Lacen fazer a análise e desta forma isolamos o vírus. Este ano, há a predominância da circulação do DENV-1 na cidade, o que não significa que os outros tipos da doença não estejam circulando no município também. Em 2019, por exemplo, predominou o DENV-2. Então a grande maioria da população naquela ocasião ficou imunizada contra aquele sorotipo. Quase quatro anos, temos a DENV-1 em circulação”, explica Gabriela.
Gabriela alertou que o pano de fundo é sempre o vetor da doença, que é o mosquito Aedes aegypti.
“Por isso precisamos da colaboração do cidadão. Se não tiver vetor não tem vírus e a doença não circula. Para evitarmos essa problemática sempre orientamos a população que tenha consciência, que fique de olho em seus quintais, casas e até apartamentos. Pequenas atitudes podem evitar que o mosquito se prolifere, mitigando assim o sofrimento para a população, pois quanto maior o número de casos, maior a tendência de ter a forma da dengue com complicação que vai exigir mais cuidado, algumas vezes com internação que pode até levar a óbito. O cidadão precisa fazer sua parte”.

