
O movimento “Maio Amarelo” é de extrema importância para alertar a população acerca dos altos índices de acidentes no trânsito. Porém, durante os outros meses os números infelizmente seguem altos, principalmente quando é feito o recorte sobre os motociclistas.
Dados do Detran-ES de janeiro a março de 2022, revelam que cerca de 43,23% dos acidentes com vítimas envolveram motociclistas. Ao todo foram 4.099 acidentes com vítimas, desses, 1.772 correspondiam a motociclistas.
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Para o especialista em Segurança Pública, Fábio Barcelos, as campanhas de conscientização sobre segurança no trânsito precisam ser mais recorrentes ao longo do ano.
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”As medidas de segurança devem ser efetivas de forma a causar mudança de mentalidade nos indivíduos. E os atuantes em Segurança Pública têm extensa importância nessa empreitada, pois são os principais agentes responsáveis por tornar a conscientização efetiva ao longo de todos os meses do ano. O maio amarelo é de extrema relevância para alertar a sociedade sobre os perigos no trânsito, mas não adianta fecharmos os olhos para o número de vítimas que ainda persistem em crescer nas estradas capixabas.”
Dia do Motociclista
Nesta quarta (27) é celebrado o Dia do Motociclista. A comemoração carrega o sentido original de “liberdade”, entretanto, os principais fatores que levam a ocorrência dos acidentes envolvendo motociclistas, revelam que a linha entre liberdade e imprudência é tênue.
Segundo dados de 2016 do “Projeto Vida no Trânsito”, os principais motivos de acidentes com motociclistas são: uso de álcool, alta velocidade e desrespeito à sinalização.
No Espírito Santo, durante o primeiro trimestre de 2019, os acidentes fatais envolvendo motociclistas chegaram a representar 49% do total de mortes no trânsito.
Maioria das vítimas são homens
Além disso, de acordo com o levantamento de dados realizados em 2019 pelo Observatório da Segurança Pública do Espírito Santo, os acidentes com motocicletas ocorrem majoritariamente nos finais de semana, no horário da noite; sendo 89% das vítimas do sexo masculino, solteiros, com idade entre 17 e 25 anos.
Tendo em vista que a maioria dos acidentes ocorrem entre os jovens, Fábio Barcellos reforça novamente a necessidade de uma conscientização mais árdua.
“Jovens têm tendência a se arriscarem mais, levando-os a cometerem atos imprudentes. Esse fato, somado com os perigos que o cotidiano no trânsito já traz, revela a necessidade dos órgãos de Segurança Pública, em conjunto com a sociedade civil, enfatizarem medidas preventivas a longo prazo de acidentes com motos em todos os meses do ano. Estamos perto do dia 27 de julho, e o que vai ser feito em nome da liberdade dos motociclistas?” finaliza o especialista, questionando.

