Clarice Poltronieri
Acontece na Serra na próxima semana, de terça (06) à sexta-feira (09), a maior feira de mármore e granito do país: a Vitória Stone Fair Marmo Mac Latin America. A feira, que tradicionalmente ocorre em fevereiro, foi adiada para junho por conta da crise na segurança pública gerada pela greve da PM.
O evento contará com 320 expositores, quase 30% a menos que no ano passado, quando tiveram 420. O sindicato das empresas do setor de rochas ornamentais (Sindirochas) não explicou o porquê da redução, nem revelou a expectativa da geração de negócios nesta 43ª edição do evento.
A Feira acontece no Pavilhão de Carapina, das 13h às 20h (acesso até às 19h) e a entrada é gratuita. Em 2016 a feira recebeu um público de 25,5 mil pessoas.
A Stone Fair começou em 1989, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), e a partir de 2003 passou a ser realizada também na Grande Vitória, mantendo duas edições anuais: uma na Serra e outra em Cachoeiro.
Apesar do evento acontecer na Serra, e esta ser a principal exportadora e também ter o maior parque de beneficiamento do estado, a feira continua levando o nome de Vitória.
A Vitória Stone Fair | Marmo Mac Latin America 2016 é realizada pela Milanez&Milaneze e promovida pelo Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado (Sindirochas) e Centro Tecnológico do Mármore e do Granito (Cetemag). Conta com apoio do Governo do ES, Sistema Findes, CNI, Centrorochas, Marble Institute of America e Sebrae, dentre outros.
Mortes e destruição ambiental marcam setor
Na sombra da importância econômica, o setor de rochas ornamentais gera muitos passivos ambientais, sociais e na estrutura viária do estado. Em 10 anos, houve pelo menos acidentes menos 32 acidentes de trânsito envolvendo transporte de pedras ornamentais, com saldo de 18 mortes e 25 feridos.
Também foram registradas 189 mortes entre 1996 e 2006 em acidentes de trabalho, de acordo com o sindicato dos trabalhadores do setor (Sindimármore).
Ainda há os impactos ambientais com os resíduos gerados pelas empresas de beneficiamento, que são os casqueiros e a lama abrasiva, uma mistura química formada por pó de rocha, água, granalha, contendo óxidos de alumínio, silício, ferro e cálcio. A Serra é uma das que mais sofrem com isto, já que possui cerca de 100 serrarias (beneficiadoras), onde as pedras são cortadas e polidas em chapas.
Já nas regiões onde têm pedreiras – há mais de 1000 em todo o ES, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), os problemas são outros: desfiguração da paisagem, perda de vegetação nativa; descarte inadequado de resíduos; erosão, destruição de nascentes, contaminação assoreamento de rios e córregos.