O clima de medo voltou a dominar o bairro Balneário de Carapebus, na Serra. Nesta segunda-feira (25), criminosos decretaram toque de recolher e ameaçaram comerciantes, obrigando o fechamento das lojas da região. Mesmo com a presença ostensiva da Polícia Militar, a maior parte dos estabelecimentos permaneceu de portas baixadas ao longo do dia.
A situação ocorre um dia após a morte da menina Alice Rodrigues, de apenas 6 anos, atingida por um tiro no pescoço durante um ataque a tiros no bairro. A criança voltava da praia com a família quando o carro em que estavam foi metralhado por dois homens fortemente armados, no domingo (24).
Logo pela manhã, viaturas da PM circulavam pelas ruas, mas relatos apontam que dois adolescentes armados passaram em frente a comércios ordenando o fechamento imediato. Eles ainda teriam alertado que novos ataques poderiam acontecer a qualquer momento.
Nas redes sociais, moradores compartilharam mensagens atribuídas ao tráfico, que citam possíveis tiroteios e invasões de criminosos rivais. A jornalista Suzy Faria, que esteve no local, confirmou que quase todas as lojas permaneceram fechadas durante o dia e descreveu o ambiente como de “total insegurança”.
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O ataque a tiros que matou a criança na Serra
Segundo a Polícia Científica, Alice foi atingida por um disparo que atravessou a região do pescoço. O crime está relacionado à disputa entre facções criminosas que atuam na Serra — o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Primeiro Comando de Vitória (PCV). Investigações apontam que um olheiro teria confundido o carro da família, um Peugeot, com o de integrantes do TCP.
Os criminosos, em um Fiat Argo branco alugado, abriram fogo contra o veículo, acreditando atacar rivais. Após o crime, a Força Tática do 6º Batalhão prendeu dois suspeitos, e ao longo das diligências o número de detidos chegou a seis, incluindo dois mandantes, um executor, um olheiro, uma pessoa responsável pela fuga e uma advogada, esposa de um dos mandantes. Na casa dela, foram encontradas munições de fuzil e calibre 9mm.
As investigações estão sob responsabilidade do delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
As investigações continuam para identificar todos os envolvidos. “Não vamos parar até que todos paguem por essa barbárie. Foi um ataque covarde que tirou a vida de uma criança inocente, vítima de uma guerra insana entre facções”, disse o secretário de Segurança, Leonardo Damasceno, ao Portal Tempo Novo.
