Maior indústria localizada na Serra, a gigante do aço ArcelorMittal Tubarão vem anunciando uma série de obras que vão gerar 3,8 mil vagas de trabalho nos próximos 5 anos, sendo mais de 2 mil vagas só em 2019. No entanto, a empresa garante que não se trata de uma expansão produtiva, mas de manutenção, além de investimento em dessalinização de água do mar.
Segundo a assessoria de imprensa da Arcelor, a capacidade atual de produção atual é de 7,5 milhões de toneladas de placas e bobinas de aço e se manterá nesse patamar em 2023, quando as intervenções anunciadas estarão concluídas.
Do total de vagas de trabalho geradas – a maioria temporárias –, mais de 2 mil serão oferecidas no Sine da Serra ainda este ano. As chances são para pedreiros, eletricistas, mecânicos, caldeireiros, entre muitas outras profissões, que deverão atuar nas obras da usina de dessalinização, em que vão ser contratadas 220 pessoas neste ano; bateria da quarta usina, com início previsto para julho, e que vai contratar 700 pessoas; reforma do alto-forno 2 e da máquina de lingotamento, para a qual serão abertas 1.100 vagas.
A empresa também fará outras intervenções para reduzir a emissão de pó preto em 18% até 2023. No total, serão 3.820 vagas de trabalho abertas nos próximos cinco anos.
Na última terça-feira, conforme informação divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura da Serra, representantes da siderúrgica foram ao Sine do município, localizado no Pró-Cidadão em Jacaraípe, para conhecer a estrutura do local.
Para as vagas nas obras da Arcelor, o Sine da Serra começará a fazer os cadastros em junho. Os interessados precisam comparecer à agência, localizada no Pró-Cidadão, das 8h às 17 h, portando carteira de trabalho, CPF, RG e comprovante de residência.
“A empresa está firmando compromisso de contratar mão de obra local, e o Sine está à disposição para oferecer a mão de obra qualificada do município. A prefeitura está empenhada em atrair novos negócios para criar mais empregos e renda para a população”, disse, por meio de sua assessoria, o prefeito Audifax Barcelos (Rede).
Empresa responde editorial e garante que não terá expansão
Na última edição (Nº 1322, de 22/02 a 01/03), o Tempo Novo publicou o editorial “Dissimulação x Transparência”, no qual questiona se as obras na Arcelor não redundariam numa expansão produtiva velada, haja vista precedentes anteriores com a sua coirmã e fornecedora Vale. A Vale tentara, sem sucesso, em meados da década de 2000, fatiar o licenciamento do up grade das sete usinas e a construção da oitava como se fossem projetos separados, o que retiraria uma série de compromissos ambientais.
A seguir, na íntegra, a resposta da Arcelor ao texto assinado pelo editor do Tempo Novo, Bruno Lyra. “A ArcelorMittal Tubarão informa que, ao contrário do que foi mencionado no editorial do dia 22/02/19 pelo jornalista Bruno Lyra, os trabalhos a serem executados no Alto-Forno 2 não são de ampliação ou expansão. Como tem sido divulgado amplamente pela empresa para toda a imprensa local, nas últimas semanas, a obra prevê exclusivamente serviços de reforma. O equipamento continuará com a mesma estrutura que tem hoje (volume interno de 1.550 m3, altura de 78 metros, dentre outras características).
Os trabalhos a serem feitos no Alto-Forno 2 serão basicamente de troca dos refratários na parte interna do equipamento; melhorias no sistema de refrigeração e reforma do sistema de controle e alimentação elétrica. Ou seja, sem envolver qualquer tipo de expansão”.
Por fim, a ArcelorMittal Tubarão acrescenta que tem pautado sua atuação ao longo destes 35 anos por meio de um diálogo transparente com a sociedade, órgãos públicos e imprensa, reportando periodicamente suas ações e melhorias contínuas. Todos os dados monitorados são disponibilizados mensalmente em seu site.