
Na última segunda (6), após ter a prisão decretada e ser anunciado pela Policia Civil como foragido, Márcio Tyrone Conti de Amorim, jovem de 22 anos procurado por atropelar dois vizinhos de forma proposital e inclusive ter assassinado um destes, teve os 4 indeferimentos negados pela Justiça. O caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, sob titularidade do delegado Rodrigo Sandi Mori.
No documento assinado pela juíza Daniela Pellegrino de Freitas Nemer, da 3ª Vara Criminal da Serra, – do qual a reportagem teve acesso no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), – a liberdade do réu, a alegação de incidente mental, perícia no carro dirigido por ele no atropelamento e o sigilo do caso tiveram decisão desfavorável.
Sobre o pedido de liberdade, a juíza disse que ficou “expressamente registrado que a motivação do delito e o modo de execução do crime são fatores que evidenciam a periculosidade do réu”. Afirmou ainda que Márcio Tyrone sabe que há um mandado de prisão contra ele, mas insiste em continuar foragido da Justiça.
Já sobre a alegação de que o jovem sofreria com insanidade mental, a juíza declarou o seguinte: “os laudos médicos demonstram aparente quadro de ansiedade do acusado que decorrem do crime, informando que o réu tem flashbacks do fato e, por isso, apresenta sintomas de ansiedade”.
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Sobre o pedido para que o processo fique em segredo a magistrada argumentou que o Artigo 201 do Código de Processo Penal “visa proteger a vítima com o sigilo, não o agente”.
Por fim, a juíza ressaltou na decisão que o crime aconteceu há mais de dois meses e por isso ficaria inviável realizar esse tipo de perícia agora. Ao portal de notícias A Gazeta, o advogado Pablo Ramos Laranja, que faz a defesa de Márcio Tyrone, enviou uma nota dizendo que se manifestará somente dentro da ação na Justiça.
Sandi Mori diz que crime “foi ato covarde”

Em coletiva de impressa realizada na última quinta-feira (2), o delegado Rodrigo Sandi Mori classificou o crime como um ato covarde, desproporcional e desumano.
“Desde o cometimento do crime, ele não se apresentou em nenhuma delegacia para tentar justificar ou diminuir as consequências do seu ato. Ele ocultou todas as provas, o veículo utilizado no crime. Fizemos todas as diligências possíveis para cumprir o mandado de prisão. Fomos em residências na Serra, Piúma e sequer ele se apresentou na delegacia, mesmo sabendo que a polícia estava atrás dele”, disse.
Entenda o caso
O caso aconteceu em Cidade Continental, local onde o aposentado foi atropelado pelo jovem, que era seu vizinho, após uma briga por som alto. Francisco Carlos do Nascimento, de 63 anos, teve um carro jogado, segundo a acusação, por Márcio Tyrone Conti Amorim na sua direção, não resistiu aos ferimentos e faleceu, no dia 31 de março.
O caso foi filmado por jovens de uma escola que fica próximo do local em que aconteceu a tragédia. O vídeo mostra que em estado de fúria, o jovem atropelou duas pessoas, no setor Europa, próximo a Estação Conhecimento da Vale. O aposentado, que morreu e uma mulher que sobreviveu.
Segundo testemunhas, tudo começou com uma calorosa discursão. Após isso, o jovem teria ido até a casa onde mora e pegou o carro do pai, que testemunhas afirmaram ser um policial, acelerou o veículo e atropelou os vizinhos.

