As provas práticas de direção de carro para alunos de autoescolas de Vitória – que aconteciam em Jardim Camburi – agora precisarão ser realizadas na Serra. A mudança foi feita pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) por conta das constantes reclamações dos moradores do bairro da capital, que não aceitavam os impactos no trânsito durante a realização dos exames e jogaram os transtornos para a Serra.
A transferência de local de prova foi feita no início de abril, mas é temporária. Isso significa que, até o momento, as provas práticas de direção veicular das categorias B (carro) que ocorriam na região próxima ao Kartódromo, em Jardim Camburi, agora acontecem rua Gago Coutinho, em Bairro de Fátima, após autorização da Prefeitura da Serra.
Essas provas aconteciam em Camburi desde 2014 e o ponto foi escolhido devido à época ser uma região pouco habitada. No entanto, com o grande desenvolvimento imobiliário, os moradores começaram a pedir que o local de prova fosse alterado, por conta da grande movimentação de veículos de aprendizagem das autoescolas, que também realizam as aulas nas ruas do bairro.
Por conta disso, o Detran começou a dialogar com a Prefeitura de Vitória em busca de outras regiões onde as provas das demais categorias pudessem ser realizadas com menor impacto possível sobre o dia a dia dos moradores ou realizando o revezamento das provas em bairros da Capital mediante apresentação de estudo técnico de mudança de local.
“O órgão, no entanto, não conseguiu avançar nas tratativas, já que, de acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), é necessário autorização da administração municipal para a realização de exames práticos com veículos de quatro ou mais rodas”, disse o Detran.
Ainda de acordo com o órgão, com falta de resposta da administração da Capital, houve tentativa com os responsáveis pelo Aeroporto para implantação de uma área em local fechado, mas também não obteve sucesso.
Após isso, em diálogo com a Prefeitura da Serra, conseguiu um novo espaço temporário para realizar as provas práticas em uma rua de pouco movimento e bem próxima à Capital. Por fim, o Detran informou que a Prefeitura de Vitória estaria em diálogo “com Associações de Moradores para debater a implantação de novas áreas práticas em regime de rodízio. A Autarquia acrescenta que aguada pelas tratativas e anuência da administração municipal para ter a possibilidade de tomar as devidas providências no que diz respeito ao revezamento de locais de provas na Capital”.
E prosseguiu: “a autarquia reitera que o processo de formação de condutores é um serviço de utilidade pública e que os locais em que são realizadas as aulas são, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), de livre escolha dos CFCs, podendo ou não utilizar a área em que são realizados os exames práticos, não cabendo ao Detran indicar área ou proibi-los”, finaliza.
O que diz a Prefeitura de Vitória
A Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran) informou, por meio de nota enviada ao Jornal Tempo Novo que, por inúmeras vezes, nos dias 5 de julho de 2021, 1º de abril de 2022 e, ainda, 12 de abril também deste ano, por ofício enviado por e-mail, solicitou que o Detran convocasse uma reunião com representantes legais dos bairros envolvidos nas questões em Vitória.
“Informamos, ainda, que as informações que deveriam ser discutidas, por orientação da Setran, entre outras, seriam a listagem dos locais para execução das aulas, os critérios adotados para a escolha das ruas e quais seriam as vias, a possibilidade de viabilizar o sistema de rodízio entre os bairros, além da quantidade e especificações dos veículos circulantes nos diversos pontos. Destaca, ainda, que foram também inúmeros contatos por meio de telefonemas para o órgão estadual”, acrescentou.
Também destacou que convocou encontros com representantes das comunidades de Jardim Camburi e Bento Ferreira, em 19 de abril e, em 20 de abril, moradores da Mata da Praia e de Mário Cypreste, porém, depende do Detran para homologar as decisões nesta situação.
“O objetivo da Setran é a buscar alternativas que causem o mínimo de impactos aos moradores como exames em lugares abertos, com ruas mais largas, pouco adensados e onde as aulas não provoquem conflito no trânsito”, disse.